... as noticias das celebrações do mês de Maria ou da Festa de São João, só eram partilhadas pelos piritibanos ausentes,
em qualquer lugar que estivesse, lá pelos idos de setembro ou dezembro, quando
a cidade já se restabelecia de mais uma tentativa mundonovense de transformá-la,
novamente, em seu distrito. Sobressalto que nos acompanhou por alguns momentos
de nossa vida piritibana. Dormíamos urbanos e acordávamos rurais. A novidade já não era, quando comunicado o
fato.
Em alguns casos, no entanto, nem carta, nem
telegrama aliviavam a dor, o desespero, a saudade. Era o inesperado fazendo uma
surpresa. Soubemos, já em Salvador,
da morte de Mãe Maria através de um
comunicado do serviço de rádio amador. Mesmo incipiente, em Piritiba, e por isso mesmo precário em
suas condições técnicas, o serviço era compensado pela elevada abnegação de
seus participantes.
Em sintonia com um radioamador instalado no
casarão onde funcionava o pensionato que morávamos, Miro do Parafuso nos transmitiu a mensagem sobre o falecimento
dela, numa manhã de um domingo de agosto. Chegamos a Piritiba, quando os familiares e amigos já retornavam do cemitério
após seu sepultamento. O barro, a lama, o atraso enfim, naquela que viria a ser
a “estrada do feijão”, não nos impediu de ter a sua última imagem e despedida,
que permanece feito uma carta que insiste em não chegar.
Foto: Ilustrativa
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