Quando ainda trabalhava na Vasco da Gama, observava que os amigos responsáveis pela limpeza do
prédio, deixavam sempre no lixo recolhido em cada sala, uma grande quantidade
de jornais Folha de São Paulo, ainda
sequer manuseados. Perguntei ao responsável pela portaria, em determinado dia,
se poderia recolher alguns daqueles exemplares para minha leitura, em especial
dos cadernos Cotidiano, Ilustrada e
Esportes, já que o teor de parte das suas matérias não eram datadas e
serviam para qualquer ocasião. Não só me foi franqueado o acesso aos exemplares
da Folha, como o amigo Rogério se encarregou de separar os
jornais para que eu recolhesse a cada final de semana, quinzena, por aí.
Saí da empresa, mas mantive o hábito e desfrute
da gentileza com o amigo da portaria do prédio da Vasco da Gama no recolhimento dos jornais a cada vez que volto a Salvador. São quantidades que suprem a
minha permanência e meu hábito de leitura na “cidade alegre”, até que retorne
prá casa e para nova remessa de jornais que continuam me fazendo companhia. Mantenho
com a Folha uma relação de amor e ao
mesmo tempo de contestação a sua linha política neoliberal, cujos cadernos sempre
descarto, mas de reverência e admiração com parte de seus colunistas e de suas
matérias, mais especificamente no caderno Ilustrada,
pois ali transito nas áreas de
música, cinema, teatro, literatura, entretenimento etc.
O hábito com a leitura da Folha já me deu por antecipação o conhecimento de encontrar tais e
quais colunistas a depender do dia da semana. Sei por exemplo que o Prof. Pasquele, onde aparo as inúmeras
arestas do “meu português ruim”, está no Cotidiano
às quintas feiras ou a polêmica
e abusada Barbara Gancia bate ponto
também no mesmo caderno às sextas feiras, assim como o Juca Kfouri e o Xico Sá
no caderno de Esportes as segundas,
quintas sábado e domingo. Mas, ressalto o prazer do contato com o texto ágil,
alegre e preciso do cronista de maior destaque de sua geração que é o Antonio Prata, aos domingos no caderno Cotidiano. A leitura do novo colunista,
para mim, foi a descoberta de quem sentia a falta de novos Ruy Castro, Carlos Heitor Cony, Ferreira Gullar, Rubem Braga e
outras estrelas mais. Pois, o Prata
tá na área.
Foto: Antonio Prata
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