Há tempos sem ouvir ou ver a imagem de Fagner, cantor e compositor cearense
que nos anos 70 e 80 engatava um sucesso atrás do outro, li uma entrevista sua
recente na Ilustrada da Folha, falando do ECAD, o Escritório Central
de Arrecadação que trata da distribuição dos Direitos Autorais e do projeto recém aprovado no Congresso Nacional quanto à fiscalização
do órgão. Posição contrária a de Fagner
que não acredita na capacidade do Estado
em fiscalizar o ECAD, mas exigir a
sua transparência, opinião que foi vencida por outros artistas, entre aqueles
do Procure Saber (também, estes
caras estão em todas) vencedores da ideia de que o órgão arrecadador fosse de
fato fiscalizado pelo Estado.
Mas, o que me chamou a atenção, mesmo, não foi
esta querela de direitos autorais, em que pese as dúvidas que rolam acerca da
distribuição da fatia que cabe a cada compositor pela execução de sua obra, mas
a imagem de Fagner. Não aquela que
diz respeito ao tempo, pois inexorável nas marcas de sua passagem, mas aquela
que o cigarro é capaz de aprofundar suas marcas, de modo destruidor, como
mostram os diagnósticos médicos e a aparência física dos fumantes. A repórter
que o entrevistou se surpreendeu com a sua voracidade ante o cigarro, creio que
tanto quanto nós seus admiradores diante de que “um sentimento ilhado, morto e
amordaçado, volta a incomodar”.
Foto: Fagner
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