quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Nas espirais do cigarro!

Há tempos sem ouvir ou ver a imagem de Fagner, cantor e compositor cearense que nos anos 70 e 80 engatava um sucesso atrás do outro, li uma entrevista sua recente na Ilustrada da Folha, falando do ECAD, o Escritório Central de Arrecadação que trata da distribuição dos Direitos Autorais e do projeto recém aprovado no Congresso Nacional quanto à fiscalização do órgão. Posição contrária a de Fagner que não acredita na capacidade do Estado em fiscalizar o ECAD, mas exigir a sua transparência, opinião que foi vencida por outros artistas, entre aqueles do Procure Saber (também, estes caras estão em todas) vencedores da ideia de que o órgão arrecadador fosse de fato fiscalizado pelo Estado.

Mas, o que me chamou a atenção, mesmo, não foi esta querela de direitos autorais, em que pese as dúvidas que rolam acerca da distribuição da fatia que cabe a cada compositor pela execução de sua obra, mas a imagem de Fagner. Não aquela que diz respeito ao tempo, pois inexorável nas marcas de sua passagem, mas aquela que o cigarro é capaz de aprofundar suas marcas, de modo destruidor, como mostram os diagnósticos médicos e a aparência física dos fumantes. A repórter que o entrevistou se surpreendeu com a sua voracidade ante o cigarro, creio que tanto quanto nós seus admiradores diante de que “um sentimento ilhado, morto e amordaçado, volta a incomodar”.  

Foto: Fagner

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