O elemento novo surgido com as manifestações de junho, e que ainda hoje persiste nos protestos no Rio e São Paulo, são os “black blocs”, grupos cuja bandeira de luta mira a propriedade privada e símbolos do capitalismo, em especial os bancos. Destroem tudo aquilo que lha passa a frente e revela no seu ideário ideológico um espelho da opressão capitalista, cuja fúria contra a elite dominante parece indomável. Eles politicamente são inclassificáveis já que não se aliam a uma esquerda tradicional ou mesmo radical, mas pelas ações se identificam como anarquistas pelas bandeiras pretas e pelas pichações. Por ainda contarem com poucos participantes e adeptos eles costumam se inserir em manifestações já organizadas e com objetivos definidos sem qualquer afinidade com estas ações dos “black blocs”, como são os protestos de professores, servidores municipais, agentes de saúde que acabam incorporando estes manifestantes, talvez, de modo indesejado.
Não há aqui qualquer juízo de valor nas ações
dos “black blocs”, já que assistir pela mídia tradicional com o estardalhaço e
a comoção condenatória embutida na noticia, nos causam em principio indignação
e revolta pela destruição praticada, mesmo que no fundo de cada um de nós
exista um “black bloc” adormecido ante as injustiças de um país cruel e a insensibilidade
desta elite branca e perversa. Não é o caminho, mas a expressão exacerbada de
um inconformismo que habita tantos quantos compreende e vive “o nosso belo
quadro social”. Muito ainda há que se ver.
Foto: black blocs em ação
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