quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Um Lampião sem fim.

As figuras históricas, humanas e controvertidas de Lampião, Maria Bonita e o seu bando estão sempre despertando a curiosidade e o interesse de pesquisadores, escritores, cineastas, diretores teatrais que saem à busca de ângulos e vieses inusitados para retratar e realçar uma personalidade do século 20 que literalmente, botou prá quebrar. A mais recente incursão, pelo inesgotável filão do cangaço, foi o filme Os últimos cangaceiros que traz para a tela Moreno e Durvinha que foi de fato o casal remanescente do bando de Lampião, mas precisamente o Seo Antonio Ingácio e Dona Durvalina Sá.

É curioso saber que as investidas sobre a vida do cangaço e de Lampião, em particular, revelam facetas do comportamento de Seo Virgulino até então inimagináveis para os olhos de quem enxergava ali não somente a reencarnação da “besta fera”, mas um homem frio e sanguinário. Que era também e, talvez um pouco além. Mas, por outro lado, se é possível assim contextualizar, Lampião foi uma especie de metrossexual da época, amante que era dos bons perfumes, bem penteado, roupas bem talhadas, unhas aparadas e pintadas, óculos de lentes redondas e sempre exposto a uma fotografia; um dândi.

Isto para não entrar em detalhes comprometedores do chefe do bando, que segundo o juiz aposentado Pedro de Morais, o homem mau que se apossou do corpo de Lampião há muito tinha deixado o armário, com a porta aberta, antes de cair no mundo. Fato que levou a sua filha, Expedita Ferreira, pedir a retirada de circulação daquela biografia não autorizada do rei do cangaço. Um personagem rico como Lampião ainda renderá muitos panos para as mangas ou lenços para os pescoços. 

Foto: Moreno e Durvinha (Moreno é o da esquerda)

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