As figuras históricas, humanas e controvertidas
de Lampião, Maria Bonita e o seu
bando estão sempre despertando a curiosidade e o interesse de pesquisadores,
escritores, cineastas, diretores teatrais que saem à busca de ângulos e vieses inusitados
para retratar e realçar uma personalidade do século 20 que literalmente, botou
prá quebrar. A mais recente incursão, pelo inesgotável filão do cangaço, foi o
filme Os últimos cangaceiros que
traz para a tela Moreno e Durvinha que foi de fato o casal
remanescente do bando de Lampião,
mas precisamente o Seo Antonio Ingácio
e Dona Durvalina Sá.
É curioso saber que as investidas sobre a vida
do cangaço e de Lampião, em
particular, revelam facetas do comportamento de Seo Virgulino até então inimagináveis para os olhos de quem
enxergava ali não somente a reencarnação da “besta fera”, mas um homem frio e
sanguinário. Que era também e, talvez um pouco além. Mas, por outro lado, se é
possível assim contextualizar, Lampião
foi uma especie de metrossexual da época, amante que era dos bons perfumes, bem
penteado, roupas bem talhadas, unhas aparadas e pintadas, óculos de lentes
redondas e sempre exposto a uma fotografia; um dândi.
Isto para não entrar em detalhes
comprometedores do chefe do bando, que segundo o juiz aposentado Pedro de Morais, o homem mau que se
apossou do corpo de Lampião há muito
tinha deixado o armário, com a porta aberta, antes de cair no mundo. Fato que
levou a sua filha, Expedita Ferreira,
pedir a retirada de circulação daquela biografia não autorizada do rei do
cangaço. Um personagem rico como Lampião
ainda renderá muitos panos para as mangas ou lenços para os pescoços.
Foto: Moreno e Durvinha (Moreno é o da esquerda)
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