quarta-feira, 16 de outubro de 2013

O Coronel mulato do sertão.


Sempre que estou em Morro do Chapéu programo conversa com o ufologista Alonso Régis, bancário aposentado e hoje dedicado a estudos e observações sobre seres extraterrestres e seus sinais entre nós. Nunca é possível, pois nem sempre consigo o contato e por vezes acabo esquecendo o compromisso, mas que continua na minha agenda. Desta vez, no entanto, em Morro do Chapéu, se nada sobe sobre os discos voadores, passei conhecer um pouco da história do Coronel Dias Coelho uma das figuras mais importantes da recente história da cidade.

Filho de negros recém libertados Francisco Dias Coelho desfrutou de um poder pouco comum em pessoas de sua cor, sua origem escrava, em uma sociedade que mesmo após a Libertação (?) dos Escravos ainda permanecia arraigada nas relações sociais e políticas da época, ao preconceito e a discriminação racial. Esta ascensão social, não apenas no município de Morro do Chapéu, mas por todo médio São Francisco, foi conquistada por Dias Coelho através de patentes ganhas outras compradas como justificativa do poder que em breve exerceria, enquanto construia um patrimônio à base da compra e vendas de diamantes.

Ainda que permaneça certos ranço raciais nas relações das sociedades modernas, nem de longe se compara à determinação de se impor do Coronel Dias Coelho em uma estrutura política branca e escravocrata. Ainda assim, manteve sempre com esta elite uma relação dócil, cordial, sem bandeiras, já que parecia se contentar com o poder que o tornaria igual à classe política com quem passou a conviver e mandar. Um homem de fino trato como pode ser descrito e, identificado com a cultura da cidade através da criação de filarmônica, biblioteca e a construção do seu primeiro teatro.

Foto: Coronel Dias Coelho

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