segunda-feira, 28 de outubro de 2013

São muitas emoções.


A cândida entrevista concedida pelo Rei à jornalista Renata Vasconcelos, ao Fantástico, acerca das autorizações ou não para a publicação das biografias, mostra que os artistas abrigados no instituto Procure Saber presidido por Dona Paula Lavigne estão longe de uma unanimidade de propósitos. Uma espécie de porta voz do Procure Saber, o cantor e compositor Caetano Veloso, em seus artigos e pronunciamentos espalhados pela imprensa, de quem diz enfrentar o seu poder, não demonstra qualquer flexibilidade daquela encontrada na entrevista do Rei. Segundo ele pode se encontrar um acordo, um meio termo que não ponha em risco a liberdade de expressão, tampouco exponha de forma condenável a privacidade e a intimidade do biografado. Contraditoriamente, esta compreensão ele não teve com o jornalista Paulo César de Araújo e o seu livro Roberto Carlos em detalhes, pois de modo autoritário conseguiu na justiça a apreensão dos livros já à venda nas livrarias e casas do ramo. Coisas do Rei e seus enigmas.

Mas nem tudo foi névoa ou dúvida, já que pela primeira vez, que eu saiba ou ouvisse, o Rei fala de modo claro e emotivo de seu acidente aos 06 anos de idade que lhe amputou parte de sua perna direita. Segundo ele, ninguém poderia escrever sobre sua vida melhor que ele próprio e falar de um assunto como aquele com a propriedade e conhecimento que só ele detém, sobre a dor, o sofrimento, os traumas e as marcas que o fato lhe trouxe. Indiscutível o argumento, mesmo que para uma pessoa pública e uma personalidade como ele, este e outros acontecimentos são parte de uma vida que deixa de pertencer a ele para fazer parte da história cultural do país. No entanto o Rei confessa que escreverá a sua própria biografia, com todos os detalhes significativos de sua carreira, nada escondendo ou escamoteando de seus súditos. Quem viver verá, ou não!

Foto: Roberto Carlos


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