Lobão há muito tempo deixou de fazer aquilo que sabia um pouco; música, boas composições, bons rocks antigos de que são exemplos Me chama, Por tudo que for, Chorando no campo, Vida louca vida, Vida bandida, Essa noite, não e um pouco mais. Como quem chega ao fim do túnel e vê que a fonte secou e o deixou incapaz de prosseguir na criação musical, quem sabe fruto de um período de sua vida regado a doses insaciáveis de drogas pesadas injetadas ou aspirada, além dos medicamentos contra a epilepsia. Sem deixar a mídia que há muito o havia deixado Lobão se especializou, ressentido, a atirar em todas as direções, do PT aos Racionais MC, Emicida, Criolo, de Cuba a Chico Buarque passando por Che Guevara, Dilma Rousseff nada escapa à metralhadora do roqueiro decadente.
Tanto reacionarismo, para quem já foi vanguarda,
tinha mesmo que acabar na Revista VEJA ao lado de Reinaldo Azevedo um quase guru,
Augusto Nunes, Rodrigo Constantino entre outras flores do obscurantismo
direitista do qual aquele órgão de imprensa é um espécie de porta-voz. A verborragia
de Lobão não assusta mais, já que ninguém
o leva a sério, independente ou não de ter lido os seus livros, 50 anos a mil ou Manifesto do nada na terra do nunca, onde me incluo, que não li nem lerei já que dedico meu
tempo a leituras mais nobres, sem no entanto deixar de ler críticas, resenhas e
entrevistas com o boquirroto lobo.
Foto: Lobão
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