Cada derrota aparente da eterna candidata a
qualquer coisa, uma espécie de José Serra
de saia, ex-senadora Marina Silva, é
sempre recebida como uma vitória para os seus detratores ou para aqueles, como
eu, que a vê sempre cercada de dúvida, de desconfiança, uma interrogação
ambulante. Tudo que ele conseguiu politicamente foi através do PT, a quem virou as costas, imaginando
já ter suas próprias armas, seu próprio caminho traçado, ainda que ninguém saiba
qual, mesmo quando tenta se apropriar do legado de Chico Mendes como uma figura messiânica e salvadora do povo amazônico.
Soa estranho para quem se rejubila, juntamente
como seus seguidores, dos 20 milhões de votos recebidos na última eleição presidencial
não seja capaz de apresentar o número suficiente de assinaturas para a criação
da Rede Sustentabilidade. Por quase
unanimidade os ministros do Tribunal
Superior Eleitoral rejeitaram o pedido de registro por constatarem que dos
900 mil signatários mais de 250 mil fichas traziam incorreções nos dados apresentados.
Em síntese, estavam sambados, bolados. Para quem é tão ética, tão séria,
critica ferrenha dos partidos tradicionais comece cometendo os mesmos vícios
condenados.
Marina segue como uma
esfinge, indecifrável, para os que a conhece, privam de sua intimidade política,
comentam em “off” que ela é preconceituosa, conservadora tanto quanto o Marco Feliciano. Pois, como o presidente
da Comissão de Direitos Humanos e
Minorias da Câmara de Deputados é
tão evangélica quanto ele, mas que tenta dissimular, se afastar do seu irmão de
fé, passando uma falsa imagem progressista que talvez venha a ser o perfil de
parte destes tão propalados 20 milhões de votos recebidos. Ainda creio que este
legado, esta carreta de votos da última eleição foi muita mais consequência da
polaridade entre PT e PSDB, recusada por grande parte dos
eleitores, que propriamente pela figura redentora, pura e santificada de Marina Silva.
Foto: Marina Silva
Nenhum comentário:
Postar um comentário