Em principio pensou-se que as águas pretas e
sujas que desciam do Rio Tietê a
partir de Salto, em São Paulo, fossem resultado do banho
demorado de milhares de paulistas, após dias e dias sem águas nas torneiras e
nos chuveiros, e sem banho, aproveitando em estado de euforia as águas das
chuvas que caíram no estado nos últimos dias. Mas não, foi mais que isso.
O Rio
Tietê, um dos mais degradados do mundo, acúmulo de todos os tipos de
detritos e resíduos industriais, com o impacto do volume de água recebido em consequência
das chuvas da semana, revolveu todo o lixo acumulado em seu leito após a longa
estiagem na região e veio a superfície em forte correnteza com águas que mais
pareciam um fétido esgoto em ebulição.
No dia seguinte este mesmo rio se
apresentava com seu leito coberto de uma espessa camada de espuma branca, correndo na
mesma intensidade e velocidade do dia anterior, como confirmação do longo
processo de um crime ambiental dos mais preocupantes do solo brasileiro. Os
nossos rios a cada dia mínguam e vão se transformando em repositórios dos
dejetos produzidos pelos homens em nome do progresso e da civilização. “Eles
que se danem ou não”.
Foto: Rio Tietê
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