Ontem vi o segundo episódio do programa Nelson 70, no Canal Brasil, em homenagem ao jornalista e compositor Nelson Motta, pelos seus 70 anos,
recentemente completados. São programas curtos, talvez meia hora, em que novos
artistas dão suas leituras para canções antigas e sucessos de vários outros
artistas como De repente Califórnia
e Tantas coisas, ambas de Lulu Santos com letra do homenageado.
Coube a doce e bela Céu dar viço e nova vida a De
repente Califórnia em que ela transformou a canção pop numa “disco” bem
anos 80, graças à batida eletrônica e as intervenções contidas das guitarras
que remetem ás pistas das discotecas, numa gravação agradável de ouvir. Como
também ouvir Céu se derramando em
elogios aos compositores e lembrando a sua adolescência em que De repente Califórnia fez parte de trilha
sonora.
Já com Lenine,
não se sabe o que ficou mais babaca se a avalanche de elogios, silêncios,
pausas e palavras que provavelmente envergonhava mais o homenageado que
qualquer pretensão de afagá-lo. Como se não bastasse a solenidade, a mesura
dedicada a bonita canção Certas coisas
em que seu violão e a harpa de Cristina
Braga (não por sua culpa Cristina,
que vi seu talento na Caixa Cultural,
em Salvador) trataram de desfigurar
e de tornar quase irreconhecível versos tão precisos, talvez os melhores de Nelson Motta.
“Não existiria som/Se não houvesse o
silêncio/Não haveria luz/Se não fosse a escuridão/A vida é mesmo assim/Dia e
noite, não e sim” que além de sucesso do Lulu
Santos na época do seu lança,mento, no disco Tudo azul, coube a Milton Nascimento
alguns anos depois por as coisas em seus devidos lugares, e que talvez Lenine não conheça a gravação e não
saiba o lugar devido onde colocar o desejo.
Foto: Céu
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