quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Pra que discutir com a madame

Fim de ano chegando e alguns críticos de música popular e tantos colunistas já se movimentam na escolha dos melhores discos de 2014, como o é caso do Mauro Ferreira do jornal O dia, e um blogueiro bem informado e dos melhores da área. 

O colunista recentemente fez uma prévia daqueles discos que o impressionaram e que provavelmente farão parte de sua lista, como é o caso de Gilbertos sambas CD em que Gil revisita, em uma seleção, os três discos iniciais da carreira de João Gilberto, gravações que são pilares da bossa nova. Prá mim, estes discos são intocáveis e irretocáveis e a ninguém mais seria permitido deles se aproximar, a não ser de joelhos, como se fosse possível. Gil achou que era e o Mauro também, tanto que deverá ser um de seus escolhidos.

Vou na contramão. Já falei sobre o disco do Gil aqui, do desperdício de tempo e voz em um projeto que nada acrescenta às canções, nem a sua carreira. Estes sambas dos discos de João, e standards da bossa nova, estão tão impregnados de sua voz, seu balanço e divisão que nada mais há a dizer, então “pra que discutir com a madame” música. 

Há a voz de Gil colocada em um tom abaixo de sua natural força e estridência, deixando as canções como que carecendo de ajuda para a conclusão das frases musicais, onde apenas o seu violão soberano se sobressai e se garante como um quase virtuose, no mais, só o silêncio que ele, Gil, deveria ter ouvido.

Foto: Gilbertos sambas

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