“Quem sabe este ano eu te encontre de novo/no
meio da praça, no meio do povo/mortalha encharcada de cerveja até o pé/e a boca
lambuzada de acarajé”. Este é um trecho de uma das muitas marchinhas de
carnaval composta por Waltinho Queiroz
para o Broco do Jacu, onde por sinal
invadimos avenida em muitos carnavais, nos anos 70, ostentando o manto azul
turquesa da entidade Lembranças como estas foram derramadas no placo do teatro Gamboa Nova pelo travesti Valéria, no show A minha maneira, quinta feira passada, já que ela era um dos
destaques do “broco”, uma nascente celebridade, desfilando em carro alegórico
do Hotel da Bahia à Praça da Sé. Uma
zona.
Valéria, juntamente com Rogéria, é um dos famosos travestis do
país, uma pioneira na bichice explícita, ao se vestir de mulher, no uso do
silicone, se é que existia tal artifício à época ou tudo era enchimento nos sutiãs,
e a barba e demais pelos eram escondidos ou eliminados por depilação ou doses
cavalares de creme Como também fez uma carreira internacional em Paris, Barcelona, Uruguai, Argentina,
Milão, Veneza, Firenze os casos surgem aos borbotões, acompanhados de doses
freqüentes de champanhe, ou seria Sidra,
cuja veracidade ou não fica por conta da excentricidade, do espalhafato, da
fertilidade da imaginação própria das “loucas”.
Valéria é uma personagem, que faz com
que os mais de 90 minutos de espetáculo fluam sem cansaço, sem nenhum favor de
assistir sem sorrir. Quanta saudade do “Broco
do Jacu”.
Foto: Divina Valéria
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