sábado, 14 de setembro de 2013

O pavão sem mistério.

Esta semana, em uma edição do Jornal Nacional, da TV Globo, não cronometrei o tempo, mas foi algo de 2 a 3 minutos dispensados pela emissora em uma reportagem sobre a posse do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, na Academia Brasileira de Letras. Tempo longo, mas sempre dedicado aos seus apaniguados ou seus desafetos que a depender da situação e do personagem adquirem uma equivalência de peso na relação amor e ódio, bajulação e crítica, sempre de acordo com a conveniência ideológica da TV, mesmo se tratando da pouca importância do fato e da instituição como a ABL. O ritual de pompa, circunstância e figurino se aproxima de uma ala de escola de samba, com fardão, espada, colares e outros adereços, tornando o imortal quase uma caricatura de si mesmo, não fosse a solenidade prenhe de formalismos e salamaleques poderia ser quadro do Zorra Total, o que já justificaria a demorada matéria da emissora.

O pavão da sociologia nativa disse, certa feita, “esqueçam o que escrevi” frase e pedido que não chegou aos ouvidos dos velhinhos da Academia, pois mesmo assim não esquecendo o seu mafuá sociológico resolveu entronizá-lo no panteão dos “imortais”. Assim como já havia imortalizado militares golpistas de 64, o Doutor Roberto Marinho, Zé Sarney entre outras nulidades, poupando do vexame e da honraria barata, graças a Deus, verdadeiros e ilustres imortais como Carlos Drummond, Cecília Meireles, Mário Quintana e mais.

Como em situações assim, o vaidoso sapo beiçudo da sociologia nativa, fez profissão de fé em sua cantilena democrática, sem esquecer de disparar as costumeiras farpas críticas aos governos que o sucederam, tecendo loas em laudas dos seus feitos nos seus dois reinados presidenciais. Claro que aproveitou os tapetes dos nobres salões da Academia Brasileira de Letras para empurrá-los sob os mesmos, o custo da aprovação do instrumento desastrado da reeleição, ao custo de 200 mil por deputado votante; a privatização a preço de feira da Cia Vale do Rio Doce; de igual destino a Telebrás que foi rateada entre amigos por qualquer dois mil réis, sina privatizante que por pouco não ceifou a Petrobrás, Banco do Brasil e Caixa. Mas a sua grande obra foi ter quebrado o país em duas oportunidades, para depois envergonhado e de joelhos, com a cuia na mão, bater nas portas do FMI, para erguer o país a um custo aviltante que o seu sucessor conseguiu saldar. O homem certo no lugar certo, os salões empoeirados da ABL. Esquece Brasil !

Foto: O imortal FHC.

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