domingo, 1 de setembro de 2013

Sol de Primavera.



É setembro, início da primavera e fim do inverno que parece não vai embora assim tão fácil como gostaríamos, já que o frio que fez ontem aqui no Morro dá mostra de que a estação ainda tem muito folego e muito vento para fazer com que os agasalhos não  voltem para os armários, assim tão cedo. Conheço o Morro desde o final dos anos 70 e fui apresentado ao seu frio de modo nada cortês. Chegamos à noite na cidade e nesta mesma noite fomos a um bar situado no primeiro andar de um casarão, hoje desativado, seu uso, com música ao vivo para ouvir e dançar conforme a habilidade do cliente em ameaçar alguns rodopios na pista. Aquecidos pelo alcool e pelo calor da dança fomos dormir na casa daqueles que em breve seriam meus sogros e pais. No quarto estranhei a quantidade de grossos cobertores e ededorns sobre a cama que dormiria e separei apenas um para me cobrir. Não confiei nas recomendações quanto ao frio da cidade. Acordei as 02 horas da manhã encolhido sem sequer poder estirar as pernas que pareciam congeladas pelo frio. Recolhei todos os cobertores e ededrons disponiveis e mais que houvesse também usaria na tentativa de me aquecer naquela noite fria do inverno morrense, antes que tudo mais fosse pro inferno, como na canção do Rei..

Setembro também me lembra a bela canção de Beto Guedes e Ronaldo Bastos, Sol de Primavera que foi gravada pelo seresteiro de voz arrasa quarteirão, Altemar Dutra, uma antítese de João Gilberto, que fico a imaginar se o seresteiro tinha noção daquilo que cantava, da mensagem cifrada de seus versos. Se de fato sabia o alcance da letra através de versos como “Já choramos muito/muitos se perderam no caminho/Mesmo assim não custa inventar/uma nova canção/que venha nos trazer Sol de Primavera/Abre as janelas do meu peito/a lição sabemos de cor/só nos resta aprender...”. Prefiro mesmo lembrar do Beto encachaçado no palco da Concha do TCA tentando engatar, sem conseguir, a marcha em pérolas de seu repertório entre elas a tambem bela, Sal da terra (“vamos precisar de todo mundo/um mais um é sempre mais que dois”).

Foto: Ilustrativa

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