Voz embargada, olhos marejados, expressão
compungida de como quem estivesse se penitenciando pela música vagabunda com
que inundou seus 30 anos de carreira, sendo vocalista do Chiclete e Banana (grudento e escorregadio), o cantor Bel anunciou a sua saída do bando. Para
quem se manteve a anos-luz de sua incompetência e indigência musical, não tem muito
que ainda comemorar, pois a renúncia só se dará após o Carnaval de 2014 (afinal negócios são negócios; música é coisa de
amador) e principalmente, que deixará o bando, mas seguirá em carreira solo
(ninguém merece!). Estes 30 anos não só significam o padrão rasteiro que se
tornou a tônica, o rumo da música carnavalesca baiana, mas a responsabilidade
pelo alvejamento do carnaval da cidade, graças o seu atrelamento mercenário ao
empresário do Bloco Camaleão,
criando um gueto nazista para os brancos “parmalat” do sul do país.
Quem sabe as lágrimas ou as expressões teatrais
do “chicletista” também fossem de remorso pelo abandono, desprezo e indiferença
ao estado de saúde do ex-guitarrista Jonne,
sofrendo de grave doença degenerativa a quem todos estes seus ex-colegas do
grupo lhe negaram apoio e se comportaram de modo desumano com a sua situação (afinal
negócios são negócios; sofrimento é coisa de noveleiro).
Quanto ao futuro musical do “chicletista” nada
se sabe e, tudo de agora em diante pode ser mera especulação. Quem sabe abdique
das ridículas madeixas de cabelos sintéticos; desfaça o torço na cabeça feito
um rei nagô; exponha a calvíce e venha trilhar o mesmo caminho de Pablo, o rei do “arrocha”. Quem viver
verá, quem não, não perderá nada, pois daquele mato jamais saltará coelhos.
Foto: Ilustrativa
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