quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Medo de avião!

A nossa viagem de volta a Fortaleza que se daria após o carnaval foi adiada para setembro e se vê na contingência de não acontecer, até porque depois do carnaval é tão vago como estacionamentos em feriados, pois enquanto houver carnaval haverá a sua ressaca. Tudo por conta dos nossos possíveis e prováveis companheiros de viagem que são aéreos, e nos terrestres, e cada vez que sentamos para detalhar nossos planos de viagem (quase diria, de voo) somos obrigados a ouvir uma palestra sobre a excelência do avião, sua praticidade, sua rapidez e coisa e tal, que acabamos vencidos, sem ser convencidos, falando de futebol.

Quem sabe acabamos recorrendo aos préstimos e as preces de uma mãe de santo como o poeta Vinicius de Moraes que foi acolhido por Mãe Menininha de Gantois que se tornou sua orientadora espiritual, musa, escudeira e intermediária junto aos orixás com pedidos de proteção nas suas investidas aéreas em viagens profissionais com seu parceiro Toquinho, com quem excursionava. A saudosa Ialorixá baiana recomendava ao poeta que a cada viagem levasse um pequeno saco com farinha e, antes do embarque molhasse uma pequena quantidade com água, fizesse um bolinho e colocasse em alguma grama de jardim. Recomendação que lhe trouxe alguns sobressaltos, como explicar em alguns aeroportos internacionais que aquilo no saco era farinha e não o que a polícia aeroviária estaria imaginando, além de nem sempre encontrar gramas ou jardins para a colocação da oferenda.

A nossa rejeição e medo de avião é tão grande que um bolinho de farinha não seria suficiente para domar e aplacar o pavor, o tremor que a mais simples hipótese nos provoca, que nem mesmo um cuscuz de farinha, com dimensões para grande família conteria o desespero de conhecermos um avião. Mas, Fortaleza, aí vamos nós, (Deus sabe quando)quer dizer nós em dupla, pela Itapemirim.

Foto: Fortaleza - CE

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