Carla
Visi é
uma das boas vozes surgidas no balaio da “axé music” que transformou em
estrelas, cantoras como Daniela Mercuy,
Ivete Sangalo, Claudia Leite, Margareth Menezes e outras mais sem a
visibilidade e projeção destas. Isto aconteceu, injustamente com Carla Visi que substituiu Daniela na Companhia Clic, uma das boas bandas pop da época e que conheci,
ainda menina, em Morro do Chapéu, para
logo depois ocupar o lugar de Márcia Freire,
nos vocais da banda Cheiro de amor.
Mas,
definitivamente, a “axé” não parecia um espaço confortável para o talento e a
pretensão de Carla que partiu para
carreira solo e projetos individuais sem no entanto ter a visibilidade merecida,
até então, sem nunca deixar de buscar. Em 2008
assisti dentro da programação da Música
no Parque, no anfiteatro Dorival Caymmi no Parque da Cidade, a apresentação da banda EME XXI, outro projeto de Carla
em companhia de Márcia Short, Cátia
Guima, bem bacana e que não prosperou, mas teria vida longa, pois a união
das três funcionava bem no palco, nos vocais e no repertório, embora o talento
de Carla fosse fulgurante na
comparação
Chamou a minha atenção no programação de shows
na cidade esta semana, o espetáculo no TCA,
Pura Claridade, em que Carla Visi visitava o repertório de Clara Nunes, algo semelhante que hoje
norteia o trabalho de outra baiana Mariene
de Castro. Fomos sexta feira, dia 26, ver Carla Visi no Teatro Castro
Alves. O show é todo calcado na obra de Clara Nunes o que deixa o espectador como um participante dos vocais
tal a familiaridade com o vasto repertório da “mineira guerreira, filha de Ogum com a Iansã”. Espera-se que tudo tenha sido apenas uma homenagem, uma
visita ao universo de Clara Nunes e
que ela, Carla Visi, dona de um
talento nato, encontrará, por certo, o seu caminho que com certeza não é o
indicativo do que vimos em Pura
Claridade. Ela pode mais, bem mais!
Foto: Carla Visi
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