Sempre achei que havia algo “cor de rosa” no
mundo machista do futebol. Não pela
maledicência atleticana alimentada pelo goleiro cruzeirense, Raul Plassmann e suas espalhafatosas
camisas amarelas, no Mineirão dos
anos 70, onde era recebido com o apelido nada lisonjeiro, acredito, de Wanderléa, Wanderléa. Tampouco pelo
folclore atribuído a certos goleiros que com uma mão espalmava a bola e com a
outra apalpava o saco dos atacantes. Nada disso. Muito menos pela afirmação de Wanderlei Luxemburgo de que Emerson, ex-goleiro do Flamengo, Bahia e Vitória era, ou é, gay, sem falar na difamação recente ao jogador Richarlyson (São Paulo e Atlético-MG), ainda que o nome ajude, de que o atleta
havia saído do armário, ou o mais recente ainda, o selinho de Emerson Sheik, em seu amigo Isac, para desespero dos “macho-marginais”
do “curintians”.
Se há na verdade, e claro que há, um arco-íris
sobre o mundo dos boleiros, ele se manifesta mesmo na comemoração dos gols.
Ali, os afagos, os beijos, os abraços, os apertos e as compressões de corpos
sobre corpos a cada gol marcado, pode funcionar como uma válvula de escape para
os baixos instintos, tolerada pelos machos de todas as torcidas de qualquer
clube. A revista PLACAR, em reportagem
de seu último número traz o assunto em suposições ou difusas constatações de
que fulano ou sicrano abaixa prá pegar o sabonete no vestiário. Apenas o
ex-atacante do Lajedense da segunda
divisão do campeonato gaúcho, Vilson
Zwirtes, assume que dança na “boquinha da garrafa”. É gol!
Foto: Futebol na Escócia
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