domingo, 15 de setembro de 2013

Razão de ser



Paulo Leminski

 Escrevo. E pronto.
Escrevo porque preciso
preciso porque estou tonto.
Ninguém tem nada com isso.
Escrevo porque amanhece.
E as estrelas lá no céu
Lembram letras no papel,
Quando o poema me anoitece.
A aranha tece teias.
O peixe beija e morde o que vê.
Eu escrevo apenas.
Tem que ter por quê?

Dedicado àqueles que imaginam ser o velho apenas merecedor de observações sobre seus gestos, jamais merecedor de seus ouvidos para os seus discursos.

Fonte: Toda Poesia.

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