quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014
Não verás país nenhum!
Pânico no interior. A cidade de Piritiba - Ba recebeu, esta madrugada, a visita indesejada de uma
quadrilha de bandidos que sitiou a cidade em todos os seus pontos de saída para
a destruição e roubo da Agência do Banco
do Brasil, única da cidade.
Impressiona os estragos decorrentes da ação,
bem como os testemunhos de moradores que em diferentes pontos da cidade ouviram
as explosões que botaram abaixo caixas eletrônicos, portas de vidros, enfim
toda a estrutura da agencia.
Mas, o espanto não só vem da violência do assalto,
mas do comportamento indigno e conivente de populares que logo após a ação ocuparam
o que restou da agência para catar moedas e cédulas espalhadas entre os
destroços e na rua, deixadas pelos bandidos em fuga.
Não verás país nenhum!Assalto ao Banco do Brasil - Piritiba-Ba
Foto: Piritiba Alegria
Deus dos Tribunais e da Justiça.
Mais um gesto de incivilidade e grosseria
protagonizado pelo Presidente do Supremo
Tribunal Federal na sessão em que se discutia as penas aplicadas “pela formação
de quadrilha” no julgamento dos embargos infringentes a que tem direito alguns réus
da Ação 470.
Desta vez a vítima foi o Ministro
Luis Roberto Barroso que ousou proferir um voto que desagradou o Senhor Supremo e Deus dos Tribunais e
da Justiça, e contrário à condenação dos réus por formação de quadrilha. Na
tentativa de desqualificar o voto do Ministro
Luís Roberto Barroso, o Deus dos Tribunais e da Justiça ouviu em resposta
uma descompostura própria dos homens civilizados e distante da incontinência verbal:
“Para
mal dos pecados de Vossa Excelência, o meu voto vale tanto quanto de Vossa
Excelência. O esforço para depreciar quem pensa diferentemente, com todo o
respeito, é um déficit civilizatório. Quem pensa diferente de mim só pode estar
mal intencionado ou com motivação indevida: é errada essa forma de pensar.
Precisamos evoluir. Discutir o argumento e não a pessoa. É assim que se vive
civilizadamente.”
Falou!
Foto: Ilustrativa
Já é Carnaval cidade - É prá lá que eu vou!
Nunca soubemos, exatamente, quantos éramos. Se
32, 47, 59 ou 38, já que a cada folia o número daqueles que se agregavam a nós,
era contrabalançado pelas deserções, inevitável, na tropa momesca. O entra e sai de foliões, no entanto, não
alterava o astral e a integração dos componentes de nosso bloco. Os novos, eram
sempre amigos ou parentes de alguém com alguns carnavais já contabilizados
conosco, e, na primeira rodada de cerveja, já estávamos todos, devidamente, em
casa. A casa que servia como ponto de encontro para as reuniões preliminares
dos “Embaixadores” – o nosso bloco –
era a residência do nosso presidente, e ficava localizada no Matatu de Brotas.
Nas reuniões decidia-se pelo uso ou não da máscara,
mas seu uso ficava a critério de cada um, era opcional. Já quanto ao modelo da
fantasia, nada a discutir, era aquele velho chambre de guerra, popularmente
conhecido como mortalha. Traje de uma praticidade e conforto indescritíveis,
principalmente para os mais afoitos, que se atreviam a não usar nada por baixo
da mortalha, deixando o bicho o solto no calor do asfalto e da folia. Brigávamos,
discutíamos, mas já era carnaval. E a cada um, sua embaixada, conforme os
desígnios de Momo, nosso rei.
Não sei precisar o que aconteceu. Mas quando
dei por mim, já estava pelo Broco do
Jacu, Amigos do Barão e Camaleão, onde acabei encerrando a minha carreira
carnavalesca. Devo ter pedido asilo em outras embaixadas, como era corriqueiro
naqueles tempos sombrios e nunca mais soube de meus outros colegas
embaixadores. Eles, por certo, também se asilaram, em busca de um tempo em que
éramos felizes e sabíamos.
Foto: Pessoal (Camaleão 1982)
quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014
Como se tratam os pretos!
A prisão do ator Vinicius Romão de Souza, pode não dar em nada e pode, se ele quiser,
ter os desdobramentos possíveis que o caso requer. Dizer que tudo foi um equívoco
da vítima ao identificar o ator como autor do roubo e, hesitar em outro
depoimento que havia dúvida quanto ao reconhecimento dele, não muda em nada o
cerne da questão por parte da ação policial que efetuou a prisão.
Preto, cabelo black,bermuda, camiseta preta é o
estereótipo do malandro, do pilantra, do ladrão e uma atitude claramente racista
por parte de quem efetuou a prisão, provavelmente tão preto como ele: “Só prá mostrar aos outros quase pretos/(E são quase
todos pretos)/E aos quase brancos pobres como pretos/Como é que pretos,
pobres e mulatos/E quase brancos quase pretos de tão pobres são tratados”.
Lembro de uma cena
do Cabarrrrrrrrré da Raça em que uma
advogada negra ao entrar no elevador do Fórum
Ruy Barbosa com mais dois colegas brancos, teve a partida do elevador retardada
para que a assensorista explicasse aos passageiros que aquela cabine era exclusiva
para os advogados e os reclamentes deviam se dirigir a outra cabine. A advogada
negra permaneceu impassível, esperando que o elevador desse a partida. E nada.
Até que a assensorista levantou de seu banquinho e perquentou a advogada se ela
não tinha escutado a observação. Ela respondeu que sim, mas ela também era advogada
e a sua cabine era aquela onde estava, por direito. A serviçal caiu em desculpas, por favor,
não tive a intenção e coisa e tal. Em vão. A advogada não aceitou as desculpas
e pediu que a assensorista a acompanhasse até a corregedoria do Forum para o registro da ocorrência e
das sanções cabíveis ao comportamento racista.
O racismo é uma erva
daninha, uma atitude deletéria com que não se pode ter contemplação, condescendência,
mas sempre o rigor da Lei Afonso Arinos.
Foto: Cena do Cabarrrrrrré da Raça
Foto: Cena do Cabarrrrrrré da Raça
A poesia de Gregório Duvivier
da
sua mão no chão da seção de laticínios
bastava
para eu enxugar o piso encharcado
de
batavo e perguntar o seu nome e fazer
alguma
piada envolvendo a expressão “chorar
pelo
leite derramado” e nós dois teríamos
uma
longa-vida eu e você mas você já está
no
setor de limpeza e eu penso que se espirrasse
água
sanitária no seu vestido eu poderia
dizer
“sou advogado e isso vale um processo”
ou
se você tivesse dúvidas quanto à validade
de
um queijo minas “eu sei tudo sobre queijo
minas”
ou à madureza de um abacaxi “basta
puxar
uma folha da coroa” mas agora
é
tarde você já está no caixa passando produtos
que
apitam como um eletrocardiograma.
Fonte: Gregório Duvivier - Ator e redator de "Porta dos Fundos".
Foto: Gregório em um dos episódios de Porta dos Fundos.
Foto: Gregório em um dos episódios de Porta dos Fundos.
Voltar a ser o que fomos.
O time do Vitória para 2014 sofreu algumas perdas que estão influindo no rendimento observado em 2013 quando a equipe foi a 5ª colocada na classificação final do Campeonato Brasileiro. O time não é mesmo e nos faz sentir saudade daquele desempenho envolvente, veloz sem em busca do gol o que representa momentos memoráveis dentro e for a da Barradão.
As ausências na defesa e no meio do campo de
jogadores como Vitor Ramos, Kadu, Reniê,
Michel, Renato Cajá e a gora a forte contusão de Escudero desarrumaram a equipe que ainda não faz sombra ao time de
2013. É praticamente começo de temporada, um bom início de Campeonato Baiano, mas pela fragilidade dos adversários que
propriamente mérito rubronegro. Taí a participação na Copa do Nordeste, cuja classificação diante do Ceará é muito difícil após ter deixado escapar os três pontos em
casa com um empate que equivaleu a derrota.
O elenco é bom para 2014, com mais duas ou três
peças para o meio de campo e ataque o time rubronegro pode voltar a nos dar as
alegrias do ano que passou. Temos uma administração profissional, consciente
dos seus limites financeiros e dos passos que podem ser dados para voltarmos a
brilhar em 2014. Solta o Leão!
Foto: Vitória
terça-feira, 25 de fevereiro de 2014
Laços de Família - No Carnaval que passou.
A nossa pequena Camila, em seus 04 anos de idade, vestida para dançar no baile infantil
da programação carnavalesca da Associação
Atlética Baneb, que a exemplo dos carnavais que passamos por lá, ela, a Associação, também passou.
Vítima de uma “tenebrosa transação” em que funcionários e sócios proprietários foram deixados para trás por meia dúzia de espertalhões, também funcionários e sócios proprietários, que se enebriaram por 30 dinheiros, como Judas, na fúria de que quanto menos somos, melhor passamos. Só o tempo dirá se de fato passaram bem ou mal, e se disserem nem quero escutar.
Vítima de uma “tenebrosa transação” em que funcionários e sócios proprietários foram deixados para trás por meia dúzia de espertalhões, também funcionários e sócios proprietários, que se enebriaram por 30 dinheiros, como Judas, na fúria de que quanto menos somos, melhor passamos. Só o tempo dirá se de fato passaram bem ou mal, e se disserem nem quero escutar.
Mas, quero lembrar mesmo de nossa pequena foliã
e de quase todos os anos e todas as festas que passamos por lá, no Clube do Baneb, no Stiep cuja sede em breve dará lugar a um conjunto de espigões
imobiliários, numa área bastante valorizada da cidade.
Foto: Pessoal - Camila
Felipe Catto - 20 e poucos anos.
Porém uma gravação do jovem e talentoso Felipe Catto, compositor e interpete da
nova geração que vi no programa Estudio I,
da Globo News, despertou meu
interesse em voltar a ouvir 20 e poucos
anos, tal a originalidade e viço moderno que ele revistiu a canção daquele
meu desafeto musical. Felipe é
gaúcho, violonista e pianista, um cara bem articulado e merece ser ouvido em qualquer
um dos seus três discos, a partir das faixas que conheço destas gravações.
Prá se dar bem.
Recentemente
o artista de novelas da TV
Globo, Caio (um dia a casa caí) Castro disse em uma entrevista que não gosta
de ler, nem também vê teatro, que igualmente não gosta. A declaração
desbaratada para um ator, que ele não é, causou mal estar entre aqueles que são
do ramo, pois se sentiram incomodados por ver uma pessoa, que bem ou mal,
representa a classe artística, dizer que não gosta de ler, nem de teatro.
Marília
Pêra foi a que
se revelou mais incisiva e logo desnudou a esfinge ao afirmar que ele é um
produto feito para ganhar dinheiro e desfrutar do glamour e da frivolidade do
meio, pois lhe falta talento e estofo para voos mais altos como aqueles que o teatro proporciona aos
verdadeiros atores.
Assim como
este rapaz, a maioria daquelas moças e rapazes da TV Globo, rostos plasticamente
bem delineados próprios para capas de revistas de futilidades e que fazem caras
e bocas no vídeo, macaqueiam falas e trejeitos por entre cenários tão ocos como
eles, servem exclusivamente à venda dos produtos que entremeiam um e outro
bloco das novelas. Caio Castro como a maioria daqueles ventríloquos
de si mesmo estão ali para isto mesmo, para gerar e ganhar dinheiro para e do
seu patrão, sem nenhum compromisso com a profissão a não ser aquele de se dar
bem, assim como um Neymar, um Ronaldinho Gaúcho, um Pato, um Ganso, uma anta
qualquer.
Foto: Um artista de resultado.
Jaguar - De 04 em 04 anos.
Jaguar, um dos criadores do PASQUIM e o cartunista mais escrachado e querido do país completa este mês 82 anos, quase que integralmente dedicado à esbórnia nacional e às mesas de bar da zona sul e subúrbios do Rio. Mas, até o seu nascimento e por tabela seu aniversário fazem jus a uma piada pronta, como diria o Simão, pois acontece entre o dia 28 de fevereiro e 01 de março, mais precisamente no dia 29 de fevereiro, o que segundo ele só faz aniversário de 04 em 04 anos o que lhe dá a idade de 20 anos e meio.
Mas, a realidade é outra. Seus 82 anos
encontraram Jaguar desencantado com
o humor e longe das mesas de bar, sem a frequência que já foi hábito e que hoje
lhe faz consumidor de cerveja sem álcool. Aliás, não tão sem álcool assim, mas
com 0,5% que a depender do consumo em determinado momento pode rolar um barato, um
resultado expressivo, como afirmou em O
Globo deste domingo.
Cartunista do jornal carioca o O Dia, o grande Jaguar solta os bichos sobre os políticos brasileiros, sobre o país, sobre a desimportância do humor nos dias de hoje, sobre Ziraldo, Chico Caruso, Angeli enfim o velho cartunista fala de tudo e todos, amigos e desafetos, mas sempre com a verve de grande gozador e “bon vivant”, revelando até suas passagens pela cinema nacional. Puro deboche e achincalhe. Longa vida a Jaguar!
Fotos: Jaguar
segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014
O avesso dos comerciais de cervejas.
Ainda não se sabe o estado em que se encontrava
o motorista que assassinou as duas crianças, em Piritiba, sábado passado; se de sobriedade, alucinação ou torpor, o
que será constatado através do inquérito policial. Ou mesmo se falha mecânica
ou imperícia na direção do veículo. O que quer que tenha causado a tragédia me
faz lembrar uma coluna recente do Ruy Castro.
Segundo o colunista da Folha, o que se poduz e se consome de cerveja no país daria para
transformar o Saara em um oceano. E
que a montanha de dinheiro que estas cervejarias gastam em comerciais de TV com mulheres seminuas, carrões,
mansões, churrascos, festas e badalações mostram sempre o lado bom da vida, já
que do mal o SUS tenta dar conta. E o
colunista faz a sugestão de que estas empresas que faturam o que querem e o que
não querem com seus produtos, poderiam dedicar 1% daquela dinheirama em filmetes,
tambem na TV, associando o seu consumo
ao lado menos glamouroso daquele dos comerciais das cervejarias. Assim o uso excessivo
das bebidas anunciadas estaria intimamente ligado às mortes no trânsito, a
violência contra a mulher, a dependência química, o uso precoce das bebidas por
crianças e adolescentes, e o custo público com o tratamento de acidentados e
paraplégicos.
“Beber com moderação”, o pretenso mote de advertência
contra o uso em demasia, no caso da cerveja ou de qualquer bebida, é pouco para
a tragédia urbana dos finais de semana, quando os casos de violência se
multiplicam. Claro que a ideia não será sequer considerada, já que o que
interessa mesmo é o consumo e a conta com o prejuizo social vai mesmo para o Ministério da Saúde ou para os Planos de Saúde. Ah sim, o Ruy é abstêmio
Pesar!
A “cidade alegre” por um momento perdeu seu
cognome para mergulhar num profundo pesar pelas mortes de duas crianças, de 2 e
4 anos, em circustâncias absurdas, vítimas de atropelamento fatal, naquela manhã
de sábado.
Não há morte compreensível, assimilável, toda
ela é parte que se desprende de nós com o fim de pessoas que amamos e que fazem
parte de nossas vidas. Quando ela se manifesta em crianças torna-se mais doída,
mas comovente por ver abortado um projeto futuro que ainda não se configurou
como tal, mas uma breve esperança que se dissipa no vazio, na dor, no desalento.
Aos pais e familiares nossas sentidas condolências.
Foto: Ilustrativa
A era do gelo
Vejo na programação da TV aberta, como Globo e Band e em canais fechados como Sport TV, a visibilidade e o tempo de
transmissões nas grades de programação destas emissoras, dedicado às Olimpíadas de Inverno de Sochi, na Rússia. Um tempo excessivamente longo
se comparado a outro evento mundialmente mais importante e de acessibilidade a
qualquer esportista, como as Olimpíadas
de Londres em 2012, quase que ignorado, pois estas mesmas grandes redes.
Se
bem que com relação a Londres-2012,
havia o odioso instrumento da exclusividade na transmissão das competições, a
cargo da Record, cujo fiasco, além
do prejuizo, foi uma medalha no pescoço de quem se viu privado da transmissão
por quem tem competência e experiência para fazê-la. Embora, dinheiro e Record sejam
almas gêmeas, se completam, carne e osso, pois se a coisa vai mal, em termos de
vermelho contábil, o bispo roda a sacolinha antecipando o dízimo e prorrogando
o milagre.
Mas voltando a Sochi, como se volta ao Morro,
tamanho o frio polar, cabe a pergunta inquieta que ronda os nossos olhos
televisivos; o que é que nos temos com isso, com a esquisitice de esportes cujo
nome nem importa saber, pois jamais será visto por aqui? Como ilustração da
bizarrice de um destes esportes, chamou minha atenção um atleta empurando uma
especie de dardo, só que mais encorpado, enquanto dois outros atletas seguem o
objeto portando uma especie de vassoura como que abrindo o caminho, limpando a trajetória
para que o dardo alcance o círculo que parece ser o objetivo do arremesso. A
cena beira a patetice, mas deve ter lá suas emoções reservadas aos
participantes e aficionados.
Foto: Encerramento das Olímpiadas de Inverno - 2014
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