Pela terceira vez em menos de uma semana, O GLOBO me cita em seus editoriais. As diferenças do texto publicado ontem em relação aos demais são o tom menos arrogante e o alvo.
Estranho é O
GLOBO não demonstrar tamanho ímpeto editorial quando o assunto é, por
exemplo, a comprovada ligação entre o ex-governador em exercício Sérgio Cabral e o empreiteiro Fernando Cavendish.
No editorial do dia 12 de fevereiro, o jornal
me trata como inimigo da democracia. Achei interessante o grupo tocar no
assunto. Afinal, no próximo 1º de abril, o golpe militar completa 50 anos e a
empresa deve ter histórias palpitantes para contar.
O GLOBO insiste em dizer que
foi imparcial e comedido ao tratar do assunto durante a semana. Não foi. Basta
ler os editoriais publicados. Como não havia provas e mais informações para me
associar a esta tragédia, os ataques saíram dos espaços de notícia para os de
Opinião. Não me acho acima do bem e do mal, como insinuou o jornal, numa
tentativa de desqualificar minha indignação. Mas não vou titubear em defender
minha trajetória ante acusações estapafúrdias.
Agora, o jornal tenta se esconder sob o manto
da “missão jornalística” para justificar o noticiário desmedido e leviano
dirigido contra mim e o PSOL. O
papel nobre que O GLOBO atribuiu a
si mesmo ontem, numa linguagem tão prudente, é mais uma tentativa de subestimar
a inteligência de seus leitores.
Se não houvesse tanta indignação social e
manifestações de solidariedade a mim — inclusive de jornalistas da própria Rede Globo —, essa autocrítica mambembe
sequer teria sido feita. Pedir desculpas é um gesto que exige grandeza.
Fonte: Marcelo Freixo - PSOL - Rio, em O Globo de 18.02.14
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