Ainda não se sabe o estado em que se encontrava
o motorista que assassinou as duas crianças, em Piritiba, sábado passado; se de sobriedade, alucinação ou torpor, o
que será constatado através do inquérito policial. Ou mesmo se falha mecânica
ou imperícia na direção do veículo. O que quer que tenha causado a tragédia me
faz lembrar uma coluna recente do Ruy Castro.
Segundo o colunista da Folha, o que se poduz e se consome de cerveja no país daria para
transformar o Saara em um oceano. E
que a montanha de dinheiro que estas cervejarias gastam em comerciais de TV com mulheres seminuas, carrões,
mansões, churrascos, festas e badalações mostram sempre o lado bom da vida, já
que do mal o SUS tenta dar conta. E o
colunista faz a sugestão de que estas empresas que faturam o que querem e o que
não querem com seus produtos, poderiam dedicar 1% daquela dinheirama em filmetes,
tambem na TV, associando o seu consumo
ao lado menos glamouroso daquele dos comerciais das cervejarias. Assim o uso excessivo
das bebidas anunciadas estaria intimamente ligado às mortes no trânsito, a
violência contra a mulher, a dependência química, o uso precoce das bebidas por
crianças e adolescentes, e o custo público com o tratamento de acidentados e
paraplégicos.
“Beber com moderação”, o pretenso mote de advertência
contra o uso em demasia, no caso da cerveja ou de qualquer bebida, é pouco para
a tragédia urbana dos finais de semana, quando os casos de violência se
multiplicam. Claro que a ideia não será sequer considerada, já que o que
interessa mesmo é o consumo e a conta com o prejuizo social vai mesmo para o Ministério da Saúde ou para os Planos de Saúde. Ah sim, o Ruy é abstêmio
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