segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

O avesso dos comerciais de cervejas.

Ainda não se sabe o estado em que se encontrava o motorista que assassinou as duas crianças, em Piritiba, sábado passado; se de sobriedade, alucinação ou torpor, o que será constatado através do inquérito policial. Ou mesmo se falha mecânica ou imperícia na direção do veículo. O que quer que tenha causado a tragédia me faz lembrar uma coluna recente do Ruy Castro.

Segundo o colunista da Folha, o que se poduz e se consome de cerveja no país daria para transformar o Saara em um oceano. E que a montanha de dinheiro que estas cervejarias gastam em comerciais de TV com mulheres seminuas, carrões, mansões, churrascos, festas e badalações mostram sempre o lado bom da vida, já que do mal o SUS tenta dar conta. E o colunista faz a sugestão de que estas empresas que faturam o que querem e o que não querem com seus produtos, poderiam dedicar 1% daquela dinheirama em filmetes, tambem na TV, associando o seu consumo ao lado menos glamouroso daquele dos comerciais das cervejarias. Assim o uso excessivo das bebidas anunciadas estaria intimamente ligado às mortes no trânsito, a violência contra a mulher, a dependência química, o uso precoce das bebidas por crianças e adolescentes, e o custo público com o tratamento de acidentados e paraplégicos.

“Beber com moderação”, o pretenso mote de advertência contra o uso em demasia, no caso da cerveja ou de qualquer bebida, é pouco para a tragédia urbana dos finais de semana, quando os casos de violência se multiplicam. Claro que a ideia não será sequer considerada, já que o que interessa mesmo é o consumo e a conta com o prejuizo social vai mesmo para o Ministério da Saúde ou para os Planos de Saúde. Ah sim, o Ruy é abstêmio   

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