A semana passada assisti na TV Brasil o programa Observatório da Imprensa, do Alberto Dines, a reprise de uma
entevista concedida pelo cineasta Eduardo
Coutinho e, ele parecia um homem triste, talvez em decorrência de problemas familiares enfrentados há muito tempo. Mas esbanjou inteligência e lucidez com a sua arte de documentarista e, atento ao
panorama cultural do país e aos problemas enfretados por todo aquele que pretende fazer cinema. A Eduardo
Coutinho bastaria ter filmado Cabra
marcado para morrer para incluir com este filme a sua presença como um dos
maiores cineastas brasileiro.
Lamentavelmente, Eduardo Coutinho nos
deixou ontem de forma trágica, deixando obras memóraveis como Edificio Master, Peões, As canções
entre outros que vi, onde em todos eles está a marca de seu cinema original, em
que os protagonistas são pessoas do povo, falando de suas vidas em comunidade,
como no Edificio Master. Ou entrevistando
anônimos que fizeram as greves do ABC,
no final dos anos 70, sem jamais alcançar a visibilidade de Lula, por exemplo, em Peões. Em As
Canções procura identificar a música de sua vida, em que desconhecidos
falam, contam e cantam as canções que marcaram suas trajetórias, assim como Eduardo Coutinho marcou, de modo
brilhante, a história do cinema brasileiro. Descanse em paz!
Foto: Eduardo Coutinho
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