segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Cabra marcado para morerr

A semana passada assisti na TV Brasil o programa Observatório da Imprensa, do Alberto Dines, a reprise de uma entevista concedida pelo cineasta Eduardo Coutinho e, ele parecia um homem triste, talvez em decorrência de problemas familiares enfrentados há muito tempo. Mas esbanjou inteligência e  lucidez com a sua arte de documentarista e, atento ao panorama cultural do país e aos problemas enfretados por todo aquele que pretende fazer cinema. A Eduardo Coutinho bastaria ter filmado Cabra marcado para morrer para incluir com este filme a sua presença como um dos maiores cineastas brasileiro.

Lamentavelmente, Eduardo Coutinho nos deixou ontem de forma trágica, deixando obras memóraveis como Edificio Master, Peões, As canções entre outros que vi, onde em todos eles está a marca de seu cinema original, em que os protagonistas são pessoas do povo, falando de suas vidas em comunidade, como no Edificio Master. Ou entrevistando anônimos que fizeram as greves do ABC, no final dos anos 70, sem jamais alcançar a visibilidade de Lula, por exemplo, em Peões. Em As Canções procura identificar a música de sua vida, em que desconhecidos falam, contam e cantam as canções que marcaram suas trajetórias, assim como Eduardo Coutinho marcou, de modo brilhante, a história do cinema brasileiro. Descanse em paz!

Foto: Eduardo Coutinho

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