Todo período que antecede os feriados da semana
santa o fato se repete. Estive sábado na Feira
de São Joaquim para fazer compra dos ingredientes da comilança baiana para
aqueles dias santificados, onde o jejum seria bem mais apropriado que a mesa
farta dos quitutes à base do dendê,
quiabo e camarão. Pois, são
estes mesmos componentes, alem da castanha,
amendoim e, gengibre que de
repente atingem preços bem diferentes daqueles praticados nas semanas que passaram
sem os reflexos da ganância.
E nada adianta reclamar se quiser comer gostoso,
a não ser cair nas mãos dos "coitadinhos" barraqueiros que reclamam dos fornecedores,
que por sua vez põem a culpa nos pescadores e, estes acabam por jogar o fardo
no mar, na maré, na rainha das águas, nas correntezas de março, na lua enfim, é
papo para lunáticos mesmo e, resta recolher o que for necessário à ceia da Páscoa.
Vencido fui tomar uma cerveja em uma das
barracas da parte nova da Feira, que está senda revitalizada e, quem sabe
voltar a ser visita obrigatória dos nativos ou dos visitantes da cidade. Música
de má qualidade, ameaçando romper os tímpanos dos frequentadores, por um
carrinho de som que percorria todas as barracas, vendendo CDs piratas e espalhando em sua reluzente chaparia uma frase
lapidar: “se sua estrela não brilha, não tente apagar a minha”. Senti Nietzsche estrebuchar no túmulo e
cofiando o bigode matutou: “como não pensei isto antes”.
Foto: Ceia baiana.
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