sexta-feira, 4 de abril de 2014

O espetáculo da segurança nos morros cariocas.

È difícil para o poder público admitir que perdeu a luta contra o tráfico e a bandidagem nos morros cariocas, mas as evidências são diárias ainda que sejam tomadas medidas que mais pareçam uma patacoada midiática que alguma ação efetiva de combate ao crime. Um exemplo recorrente são estas UPPs – Unidades de Policia Pacificadora em que pese a boa intenção da nomenclatura na busca de paz para a população dos morros, acabam-se tornando mesmo num espetáculo festivo e recreativo para as comunidades do Alemão, Rocinha, Complexo da Maré, Turano, Pavão e Pavãozinho etc, unidos na mesma emoção e na esperança de dias mais seguros. 

É quase um feriado municipal, um ponto facultativo, com bandas de música, hasteamento do pavilhão nacional, crianças uniformizadas e perfiladas, policiais tirando fotos com bêbes nos braços, a comunidade em trajes domingueiros, uma fuzarca, onde não faltam o padre, o pastor, o prefeito o governador e secretariado

Só que não combinaram com a bandidagem, que mesmo assim até oferece a sua cota de tolerância e de acato ao faz de conta da pacificação nos morros, mas ao menor sinal de reação e repressão ao tráfico pelas forças pacificadoras tudo volta como antes ao inferno de Dante. Tiroteios entre facções criminosas, bloqueios de pistas, incêndios de ônibus, contêineres das UPPs se tornam alvo de ataques a bombas, tiros e incêndios numa demonstração da falência das ações policiais tanto militar quanto civil no domínio da área, na segurança da população ordeira e trabalhadora. Tá tudo dominado, só que pelo tráfico.
A entrada em cena das tropas federais neste final de semana, pouco ou nada mudará, até porque o Exército, por exemplo, não está treinado para ações urbanas, mas para intervenções na defesa das fronteiras, da segurança nacional se ameaçada por outros países, o que evidentemente não é o caso. A presença das tropas federais na cidade, pode funcionar psicologicamente como um alento para a tão sonhada paz nos morros, principalmente dada a proximidade de eventos que envolverá o deslocamento pelas cidade de grande contingente de visitantes e torcedores. Estes heróis da resistência ou da intolerância.

Fotos: Ilustrativas

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