terça-feira, 15 de abril de 2014

Balada do lado sem luz

Ouvir o novo disco de Gil, Gilbertos Samba me levou a buscar alguns discos de sua extensa obra musical e composições suas gravadas por outros artistas. Assim, voltei a ouvir Balada do lado sem luz gravada por Maria Betânia em 1976, no disco Pássaro Proibido. Aquele ano representa o início da excursão e lançamento dos Doces Bárbaros e mais precisamente da prisão de Gil em Florianópolis após uma blitz policial no hotel onde os artistas estavam hospedados e, onde também foi econtrado um inocente cigarro de maconha em poder de Gil e do baterista Chiquinho Azevedo. 

Prato feito, naqueles anos de tremenda e repressiva caretice policial, para um delegado espalhafatoso querer mostrar serviço e brilhar como uma estrela, tanto quanto os artistas, suas vítimas. O tempo tratou de esquecê-lo.

Mas, a prisão de Gil motivou os versos da música gravada por Betânia, a Balada do lado sem luz, que trata deste lado sombrio vivido por aqueles que por um instante tem a sua liberdade tolhida, a luz apagada, o vazio. São versos bonitos e de grande expressividade como: "Hoje eu canto a balada do lado sem luz/Subterrâneos  gelados do eterno esperar/Pelo amor, pelo pão, pela libertação/Pela paz, pelo ar, pelo mar/Navegar, descobrir outro dia, outro sol".

Youtube: Balada do lado sem luz - Betânia

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