quarta-feira, 2 de abril de 2014

O Rei e o boi, aliás, friboi


O Rei que só aparece na televisão a cada final de ano nos modorrentos especiais de final de ano da TV Globo, dia desses irrompeu pelas salas dos telespectadores como garoto propaganda de uma carne congelada à venda nos supermercados. A surpresa decorreu da novidade e do inusitado da situação e, mais ainda por se tratar de um comercial de carne bovina, algo fora da risca para quem se posiciona como ecológico, naturalista, defensor das baleias e que se supunha também contrário à matança bovina que faz rodar a cadeia alimentar dos humanos.

Muito embora todos nós sabemos que os anunciantes de qualquer bagulho em termos comerciais, não são necessariamente consumidores daquilo que anunciam, contrariando a ética, o bom senso, a  verdadeira natureza interior das pessoas. Estamos cansados de ver e saber que a rainha do axé não toma a cerveja em que aparece faceira nos comerciais, não calça as sandálias que põe nos pés para gravação das propagandas em que figura, não compra nas lojas que “arrebenta” os preços, enfim nada faz do que parece fazer na lógica desastrada em que a sua conta bancária fala e canta muito mais alto.

Quanto ao Rei, falo por mim que modestamente que já andei por estúdios de agência de publicidade gravando comerciais pelo aniversário da Cesta do Povo; compondo o cenário que elege o Jardim da Saudade; como ouvinte prá quem gosta de música da Globo FM; em comemoração ao desempenho da ADEMI ou cantando na chuva para o Dia dos Namorados em uma campanha do Shopping Barra, protagonizando ou coadjuvando campanhas publicitárias. 

Não seria capaz de recomendar o que não consumo, como carne bovina, por opção ou por imagens que permanecem ainda na memória da minha infância em que o sacrifício, a crueldade e os berros lancinantes dos animais antes de morrer trucidados por golpes de extrema violência, sempre voltam a minha cabeça cada vez que lembro ou penso no "curral da matança" de minha cidade do interior.   

Fotos: Ilustrativas 

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