A religião foi um ritual que se fez presente
por toda a minha infância. Por pouco, não embarquei no Trem da Leste em direção a Barra
de Mundo Novo e de lá para o seminário em Jequitibá. Muitos seguiram este caminho, mas, pelo que sei, poucos
ficaram ou, em verdade, ninguém ficou.
O tal chamamento divino não veio, a
decantada vocação sacerdotal não se manifestou, mesmo com a discreta
expectativa familiar, sem jamais ser levado a qualquer indução de rota ou
caminho. Foi o melhor assim, até porque havia uma corrente no núcleo decisório
da família, partidária de uma carreira militar, em especial para oficial da
aeronáutica. A voz ouvida foi a do mundo, do pecado original, que me levou a
vôos bem mais modestos, conforme se vê.
Possuía certa tarimba religiosa que me fazia
transitar com grande desenvoltura, tanto no altar como coroinha do vigário do
dia, Padre Nicanor com maior frequência,
ou como carregador de cruz em procissão. Alem de participante do coral
infantil; “reis magos” no terno de Dona
Adélia; penitente de quaresma em romaria ao Alto do Cruzeiro, na estrada da Areia Branca; solista de cântico do Mês de Maria, em noite dedicada
a Escola Almirante Barroso. Nestas
ocasiões solenes, era acompanhado pelo harmônio da igreja, executado com a
maestria da Prof. Leonor Macêdo.
Foto: Ilustrativa
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