A primeira vez que vi e ouvi Filipe Catto, foi em uma apresentação no
programa estudio i da Globo News, apresentado pela simpática Maria Beltrão, onde foi entrvistado por
uma bancada fixa que faz parte do programa e cantou músicas de seus poucos discos
gravados. Confesso ter ficado impressionado com o seu timbre de voz que, sem a
sua imagem ao violão ou em play back, poderia nos levar a Ney Matogrosso ou ecos de Elis
em sua interpretação sempre muito personalíssima, segura e de total entrega às
canções. Uma figura, um mistério que sempre há de pintar por aí, neste universo
musical predominantemente composto por vozes femininas, formado por intérpretes
ou compositoras, mas que Filipe não
desafina, nem destoa.
A sua discografia, por enquanto se resume a
dois discos, Folêgo e Cabelos, olhos & furacões, mas que
soa como se tivesse bem mais, tal a sua originalidade e a sua capacidade em
transformar canções conhecidas e outras esquecidas, ganharem modernidade e
força, graças ao seu talento de excelente intérprete. Um claro exemplo disso é
a exaurida, chata e brega, Garçon,
do detestável Reginaldo Rossi, que Filipe transpõe para o universo do
tango, com direito a bandoneon no arranjo que remete ao Cabaré de João Bosco e Aldir Blanc; muito bom. Outros exemplos
podem ser encontrados em regravações de Ave
de Prata, de Zé Ramalho, gravado
no primeiro disco de Elba Ramalho ou
20 e poucos anos, do mais que chato,
Fábio Junior e 2 perdidos de Dadi e Arnaldo
Antunes que parecem feitas para a voz de Filipe que assim se apropria de sucessos, recriando-os.
Mas, não só de regravações está sendo construída
a carreira de Filipe Catto, mas de
músicas que serão identificadas de agora em diante por sua voz, já que não haverá
comparações a serem feitas e, mesmo que haja a sua voz se mostrará soberna,
original e agradável até pela própria indefinição de seu timbre. Este jovem
gaúcho, de 23 anos, chegou prá ficar.
Foto: Filipe Catto
Foto: Filipe Catto
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