quinta-feira, 5 de março de 2015

A história como farsa

Durante os trabalhos da Comissão da Verdade do Estado de São Paulo foi descoberto e recuperado um filmete para exibição nas redes de televisão e nos cinemas, sob a inspiração e realização do Instituo de Pesquisas e Estudos Sociais – IPES. Este instituto era financiado pelo governo dos Estados Unidos e tinha como objetivo reunir as entidades de direita e contrária ao Governo de João Goulart, numa preparação para o golpe militar que era urdido nos quartéis também sob inspiração americana.

O filme mostrava o exército nas ruas como símbolo da paz pretendida e, como instituição capaz de restaurar a ordem ameaçada pelos movimentos sociais, especial de trabalhadores, que apoiavam o governo Jango. Ao mesmo tempo em que manchetes alarmistas, espalhadas pela grande imprensa, exceto pelo Correio da Manhã e Última Hora, anunciavam o fim do mundo e da democracia e, na transformação do país em um novo Vietnã ou no exemplo mais próximo, de Cuba. Era a direita em marcha sedimentando o caminho do golpe, que acabou vindo e, com trágicas consequências.

É inevitável o paralelo que se pode traçar entre a atuação do IPES com o momento atual, em que o Governo da Presidente Dilma, legitimamente eleito em outubro do ano passado e diariamente massacrado por uma onda oposicionista engendrada novamente pela mesma imprensa, aquela responsável pelo suicídio de Getúlio e pela deposição de Jango. Se fosse dado o poder sonoro aos jornais, por certo se ouviriam as gargalhadas de seus editores e paus mandados a cada manchete que sistematicamente preveem, a cada dia, o caos. 

Os percalços do governo são comemorados como se vivessem em outro país e o Partido dos Trabalhadores – PT ocupa sempre a primeira página e a capa das revistas ante a mera acusação de qualquer meliante, doleiro ou corrupto, sem que seja apresentada uma só prova. Bastou ser governista, ser petista, para ser ladrão. Talvez até sim, mas, e os demais? Só os golpistas dirão.

Foto: Ilustrativa

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