Durante os trabalhos da Comissão da Verdade do Estado de São Paulo foi descoberto e
recuperado um filmete para exibição nas redes de televisão e nos cinemas, sob a
inspiração e realização do Instituo de Pesquisas
e Estudos Sociais – IPES. Este instituto era financiado pelo governo dos Estados Unidos e tinha como objetivo
reunir as entidades de direita e contrária ao Governo
de João Goulart, numa preparação para o golpe militar que era urdido nos quartéis
também sob inspiração americana.
O filme mostrava o exército nas ruas como símbolo
da paz pretendida e, como instituição capaz de restaurar a ordem ameaçada pelos
movimentos sociais, especial de trabalhadores, que apoiavam o governo Jango. Ao mesmo tempo em que manchetes
alarmistas, espalhadas pela grande imprensa, exceto pelo Correio da Manhã e Última
Hora, anunciavam o fim do mundo e da democracia e, na transformação do país
em um novo Vietnã ou no exemplo mais
próximo, de Cuba. Era a direita em
marcha sedimentando o caminho do golpe, que acabou vindo e, com trágicas consequências.
É inevitável o paralelo que se pode traçar entre
a atuação do IPES com o momento atual, em que o Governo da Presidente Dilma, legitimamente eleito em outubro do ano
passado e diariamente massacrado por uma onda oposicionista engendrada
novamente pela mesma imprensa, aquela responsável pelo suicídio de Getúlio e
pela deposição de Jango. Se fosse
dado o poder sonoro aos jornais, por certo se ouviriam as gargalhadas de seus
editores e paus mandados a cada manchete que sistematicamente preveem, a cada
dia, o caos.
Os percalços do governo são comemorados como se vivessem em outro
país e o Partido dos Trabalhadores – PT
ocupa sempre a primeira página e a capa das revistas ante a mera acusação de
qualquer meliante, doleiro ou corrupto, sem que seja apresentada uma só prova.
Bastou ser governista, ser petista, para ser ladrão. Talvez até sim, mas, e os
demais? Só os golpistas dirão.
Foto: Ilustrativa
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