Nós, brasileiros, somos capazes de sonegar meio
trilhão de reais de Imposto de Renda
só no ano passado. Como somos capazes de vender e comprar DVDs piratas, cuspir no chão,
desrespeitar o sinal vermelho, andar pelo acostamento e, ainda por cima, votar
no Collor, no Maluf, no Newtão Cardoso,
na Roseana, no Marconi Perillo ou no Palocci.
O panelaço nas varandas gourmet de ontem não
foi contra a corrupção. Foi contra o incômodo que a elite branca sente ao
disputar espaço com esta gente diferenciada que anda frequentando aeroportos,
congestionando o trânsito e disputando vaga na universidade. Elite branca
que não se assume como tal, embora seja elite e branca. Como eu
sou. Elite branca, termo criado pelo conservador Cláudio Lembo, que dela faz parte, não
nega, mas enxerga.
Como Luís
Carlos Bresser Pereira, fundador do PSDB
e ex-ministro de FHC, que disse: “Um
fenômeno novo na realidade brasileira é o ódio político, o espírito golpista
dos ricos contra os pobres. O pacto nacional popular articulado pelo PT desmoronou no governo Dilma e a burguesia voltou a se
unificar. Surgiu um fenômeno nunca visto antes no Brasil, um ódio coletivo da classe alta, dos ricos, a um partido e
a um presidente. Não é preocupação ou medo. É ódio.
Blog: Juca Kfouri
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