As igrejas evangélicas, em sua grande maioria,
por serem ajuntamentos comerciais recentes, algumas criadas neste exato momento
em qualquer cidade do interior de São
Paulo, carecem em suas celebrações, cultos e vendas de milagres, dos rituais
e de indumentárias solenes para estas ocasiões.
A recente inauguração do Tempo de Salomão por “Edir Macedo e seus blue caps” mostrou
esta busca em paramentar seus pastores e obreiros no sentido de dotar aquela
patifaria cristã de alguma respeitabilidade, de tonar crível uma sessão de descarrego,
por exemplo. Faltam às igrejas evangélicas pessoas talentosas e do ramo como figurinistas,
carnavalescos, alguém que possa criar adereços, alegorias, brilho e ostentação
à pantomima religiosa.
Rola na internet vídeos que retratam esta
pobreza estética, esta falta de imaginação e de estilo nas danças e vestes, mas
se percebe que há uma disposição para enveredar pelo caminho do luxo e do
figurino em suas apresentações. Em um desses vídeos um senhor barrigudo, calvo,
mas imbuído do espírito da coisa, ou de qualquer coisa, requebrava, rodopiava e
se sacudia todo, feito uma iaô transtornada.
Enquanto isso, em outro vídeo, outros homens com vestidos
azuis de forte tonalidade e apliques prateados, confeccionado por alguma irmã costureira
e obreira não deixavam a peteca cair, quer dizer, a bíblia cair, tal a agitação
e os volteios de suas evoluções. Mas faltava harmonia, conjunto, era como se fosse
“um salve-se quem puder” na demonstração do fervor e da entrega a Jesus, mas de modo descontrolado, sem
sincronia, uma tarefa em botar ordem na casa para Paulo Barros, Rosa Magalhães ou Fernando Pamplona, na ausência de Joãozinho Trinta. Não sei não, mas aquele senhor barrigudo e calvo
deve ter sido repreendido pelo seu pastor, o homem estava indócil, a um passo
da gandaia.
Foto: Ilustrativa
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