Já se passaram dois meses que fundamentalistas
islâmicos invadiram a redação do jornal satírico francês, Charlie Hebdo, matando seus desenhistas e jornalistas inclusive o
mais notório deles, o safado e sacana – no bom sentido, se é que isto é
possível – o Georges Wolinski, um
devasso genial conhecido ao redor do mundo.
Questões religiosas, éticas,
comportamentais, políticas saíram de seus esconderijos para se encontrarem ante
ao dogma da liberdade de expressão, princípio constitucional nos países
civilizados e democráticos, unindo na discussão, conservadores e progressistas
na defesa e ponderações. Não houve nem haverá vencedores quando somente a
liberdade terá força para guiar e compreender as ações dos homens, que só se
deixa dobrar diante da brutalidade. A metralhadora venceu o lápis.
O jornalista e escritor Reinaldo Moraes conta uma pequena história que dá sentido ao
escracho e o jeito escroto de ver e viver a vida, de Wolinski. A sua segunda esposa contou em uma entrevista, que vendo
ele se aproximar dos 80 anos, o desenhista revelou que não queria saber de
túmulo, nem de cemitério, quando morresse. Seu desejo era ser cremado. A ideia
intrigou Maryse que perguntou, onde
então jogar as suas cinzas. Ele então, bem ao seu estilo decidiu: “Joga na
privada, assim, cada vez que você se sentar sobre a minha tumba, eu verei teu
rabo”.
Charge: Nani
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