quarta-feira, 11 de março de 2015

O custo de ser calouro


A próposito dos trotes paulistas aos novos estudantes universitários, não constatei por aqui, nem ao chegar ao Colégio da Bahia - Central, e também na UFBA tamanha ferocidade daquelas verificadas nos campus da paulicéia, talvez por sermos baianos civilizados e festeiros, em que pese o clima tenso daquele início do período ditatorial. Mas, creio serem estas amenidades decorrentes da implantação da Reforma Universitária onde éramos estudantes não de uma unidade universitária, mas dos institutos em que todos eram alunos de todos eles, em matérias básicas, eletivas, optativas até àquelas de fato inerentes ao curso que viríamos fazer.

Inveitável que levamos o nosso troco como calouros que variavam de marcas de tintas pelo rosto, corpo; ingestão de bebidas álcoolicas; uso de sutiãs, calcinhas, vestidos, perucas em desfiles públicos, onde éramos amarrados uns aos outros, em voltas pela Praça da Piedade, sede da nossa Escola, e ruas próximas, pedindo dinheiro aos espectadores daquela pantomima. 
A grana recolhida era entregue ao Diretório Acadêmico da Escola que serviria de cachê ao cego sanfoneiro que fazia ponto na Praça, para aos sábados custear sua apresentação na sede do DA em festas inesquecíveis. Como eram os shows e festas também nas escolas de Arquitetura, Direito, Belas Artes e Engenharia em celebração de boas vindas entre calouros e veteranos, em que alguns professores se faziam presentes nesta esbórnia universitária. Bons tempos aqueles!

Foto: Pessoal

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