A próposito dos trotes paulistas aos novos estudantes
universitários, não constatei por aqui, nem ao chegar ao Colégio da Bahia - Central,
e também na UFBA tamanha ferocidade
daquelas verificadas nos campus da paulicéia, talvez por sermos baianos
civilizados e festeiros, em que pese o clima tenso daquele início do período ditatorial.
Mas, creio serem estas amenidades decorrentes da implantação da Reforma Universitária onde éramos
estudantes não de uma unidade universitária, mas dos institutos em que todos
eram alunos de todos eles, em matérias básicas, eletivas, optativas até àquelas
de fato inerentes ao curso que viríamos fazer.
Inveitável que levamos o nosso troco como
calouros que variavam de marcas de tintas pelo rosto, corpo; ingestão de
bebidas álcoolicas; uso de sutiãs, calcinhas, vestidos, perucas em desfiles públicos,
onde éramos amarrados uns aos outros, em voltas pela Praça da Piedade, sede da nossa Escola, e ruas próximas, pedindo dinheiro aos espectadores daquela
pantomima.
A grana recolhida era entregue ao Diretório Acadêmico da Escola
que serviria de cachê ao cego
sanfoneiro que fazia ponto na Praça,
para aos sábados custear sua apresentação na sede do DA em festas inesquecíveis. Como eram os shows e festas também nas
escolas de Arquitetura, Direito, Belas
Artes e Engenharia em celebração
de boas vindas entre calouros e veteranos, em que alguns professores se faziam
presentes nesta esbórnia universitária. Bons tempos aqueles!
Foto: Pessoal
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