À medida que as evidências vão se transformando
em fatos conclusivos quanto a premeditada queda do avião da companhia aérea alemã,
num voo entre Barcelona e Dusseldorf,
vai também aumentando a angústia e o sofrimento daqueles que perderam
familiares e amigos. Detalhes, comportamentos, aflições que vão se delineando à
proporção que avançam as investigações que buscam uma elucidação do ocorrido,
enquanto os que ficaram perguntam para si mesmo: por quê?.
O que é razão, o que é loucura são indagações
que parecem se confundir na montagem do quebra-cabeça, onde as peças vão
surgindo e se encaixando de forma a condenar o copiloto pelo terrível acidente.
De pessoa afável, profissional consciente de uma carreira em ascensão, para num
momento súbito se transformar num reles matador de pessoas inocentes, como
sempre são as vítimas dos obcecados, dos loucos mansos, dos que de repente rompem
a linha tênue entre a lucidez e a loucura.
Em outro plano, ávido pelos aspectos comerciais
de qualquer tragédia, roteiristas e diretores de Hollywood esfregam as mãos, os olhos brilham, a mente vagueia pelas telas do cinema, sabendo o quanto renderá uma história que tem todos os
ingredientes de polpudas bilheterias, mesmo que de antemão saibamos o final.
Mas que importa o final, se é no meio que entrará o bom ficcionista para
detalhar, envolver, criar diálogos assustadores antes do fim, captar emoções de
passageiros e da tripulação de um voo que se daria em condições normais de
voos, como tantos, como poucos voos cegos como este.
Foto: Alpes Franceses.
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