segunda-feira, 9 de março de 2015

A quem serve o humor de Chico Caruso

A charge de hoje em que Dilma aparece de joelhos, prestes a ser decapitada por um extremista do Estado Islâmico, é simplesmente repulsiva. Mereceu, nas redes sociais, um amplo, generalizado, estridente repúdio – e não apenas de petistas. Várias pessoas que se disseram fãs de Chico Caruso manifestaram sua revolta com o que viram. Qual era o ponto? Difícil dizer. Qual era a graça? Mais difícil ainda. Qual era a raiva contra Dilma? Aí sim era fácil identificar.

Caruso, como todo humor produzido na Globo, sofre de um mal insanável. Ele não pode fazer graça com nada que comprometa os humores de seus patrões. Bobo ele não é. Você não verá nenhuma charge sua que faça referência ao caso HSBC, por exemplo, assim como não viu nenhuma que ironizasse o aeroporto de Aécio.

Caruso representa, no universo das charges, o que a Globo é fora delas: um símbolo da iniquidade, do golpismo, dos privilégios de uma casta egoísta e desonesta. Com tantas charges esdrúxulas nos últimos anos, Caruso hoje se superou. Ele conseguiu cortar a cabeça de Dilma no Dia da Mulher.

Ele provavelmente vai receber tapinhas nas costas de seus editores e talvez até de algum Marinho. Mas como chargista sua carreira como alguém digno de respeito terminou hoje, ceifada pela faca que ele colocou nas mãos de um terrorista prestes a decapitar Dilma.

Fonte: DCM 

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