Um ano depois de lançado, só agora fui assisitr
o mais novo filme do Breno Ferreira
(Os dois filhos de Francisco e Era uma vez), À beira do caminho. O titulo do filme remete a uma canção do Rei e um grande sucesso de Erasmo (Sentado à beira do caminho) e
não é sem razão, pois a trilha sonora e o roteiro do filme tiveram como ponto
de partida as canções que povoam o inconsciente coletivo brasileiro. As canções
do Rei. Pode parecer piegas, mas não
é.
O diretor Breno
Ferreira já mostrou em seus trabalhos anteriores que o que move seus filmes
é a emoção e, com À beira do caminho
não é diferente e dá vida a versos como “se chorei e se sofri o importante é que
emoções eu vi”. E é o que se vive ao acompanhar um caminhoneiro solitário com
destino à Petrolina-PE em busca de
carga para o seu caminhão. Em um dado momento, na solidão de uma parada na
estrada deserta, o motorista ouve um barulho na carroceria do seu caminhão e, na
busca da origem daquele incômodo descobre, escondido, um garoto de 09 anos tão
sozinho quanto ele. O menino órfão de mãe, abandonado pelo pai, procura chegar até São Paulo em busca do pai de quem
carrega uma foto e um endereço.
Um filme feito de silêncio, de expressões
rudes, olhares perdidos e descobertas. E com estas senhas aos poucos vamos
conhecendo histórias que se entrelaçam, se aproximam e se afastam, mas que não
perde o contato com a realidade de cada um dos personagens, em especial de João, o sempre brilhante João Miguel e do baianinho Vinicius Nascimento (Ó paí ó) como Duda uma das boas presenças de À beira do caminho.
Se a exemplo dos protagonistas uma lágrima lhe
rolar pela face, não se avexe não, são as tais emoções de que nos fala o Rei e transforme em mantra uma das muitas
frases de para-choque de caminhão que se nos apresenta pela estrada: “Espere o
melhor, prepare-se para o pior e aceite o que vier”.
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