quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Tijolo com tijolo em paredes flácidas.

Não é necessário ser engenheiro, arquiteto ou mestre de obra para perceber que a partir dos destroços do prédio que veio abaixo no bairro São Mateus, em São Paulo, havia alguma ou muita coisa errada naquele amontoado de placas de cimento e ferros retorcidos. Para uma estrutura pesada como aquelas lajes dos pavimentos que desabaram não se podia esperar que aquelas colunas, as poucas que ficaram de pé ou mesmo a maioria que se espatifou junto com toda a obra, pela sua pequena dimensão na largura e pelos vergalhões e ferros que mais pareciam arames, podia se prever que o desmoronamento era o que de mais concreto havia em torno da construção.

Além de perderem seus familiares, as famílias terão nestes primeiros momentos seu sofrimento dimensionado pelo jogo de empurra entre a construtora, a empresa responsável pela supervisão da obra, a prefeitura e a justiça que não determinou o embargo da construção pedido pela prefeitura. Tão grave quanto tudo isto só mesmo o Ministro Edson Lobão explicando as causas do apagão da tarde de ontem em todo Nordeste que deixou às escuras todas as capitais e a maioria dos municípios de seus estados. 

Em situações semelhantes, já que os apagões não são mais novidades, mas quase rotina, o ministro se mostra tão perdido e desinformado, como quem não teve tempo de decorar o script, assim como os engenheiros trapalhões responsáveis pela obra que desabou em São Paulo. A omissão ou a confissão de culpa, improvável, seria o melhor nesta hora de tanta desorientação. “A resposta é o silencio que atravessa a madrugada”.

Foto: Ilustrativa do apagão 

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