Não é necessário ser engenheiro, arquiteto ou
mestre de obra para perceber que a partir dos destroços do prédio que veio
abaixo no bairro São Mateus, em São Paulo, havia alguma ou muita coisa
errada naquele amontoado de placas de cimento e ferros retorcidos. Para uma
estrutura pesada como aquelas lajes dos pavimentos que desabaram não se podia
esperar que aquelas colunas, as poucas que ficaram de pé ou mesmo a maioria que
se espatifou junto com toda a obra, pela sua pequena dimensão na largura e
pelos vergalhões e ferros que mais pareciam arames, podia se prever que o desmoronamento
era o que de mais concreto havia em torno da construção.
Além de perderem seus familiares, as famílias terão
nestes primeiros momentos seu sofrimento dimensionado pelo jogo de empurra entre
a construtora, a empresa responsável pela supervisão da obra, a prefeitura e a
justiça que não determinou o embargo da construção pedido pela prefeitura. Tão
grave quanto tudo isto só mesmo o Ministro
Edson Lobão explicando as causas do apagão da tarde de ontem em todo Nordeste que deixou às escuras todas as
capitais e a maioria dos municípios de seus estados.
Em situações semelhantes,
já que os apagões não são mais novidades, mas quase rotina, o ministro se
mostra tão perdido e desinformado, como quem não teve tempo de decorar o script,
assim como os engenheiros trapalhões responsáveis pela obra que desabou em São Paulo. A omissão ou a confissão de
culpa, improvável, seria o melhor nesta hora de tanta desorientação. “A
resposta é o silencio que atravessa a madrugada”.
Foto: Ilustrativa do apagão
Foto: Ilustrativa do apagão
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