domingo, 25 de agosto de 2013

Brancos e negros - A raça humana.



Nunca aceitei as cotas raciais como condição para pretos e pardos, alunos de escolas públicas, terem em parte garantido o ingresso nas universidades oficiais. Aos meus olhos a generosidade governamental constrange mais do que repara, como já li e ouvi de muitas cabeças coroadas do meio acadêmico teorizando sobre o tema, inclusive representantes dos muitos movimentos negros ou mesmo autoridades negras contrárias a esta indulgência de cristãos oficiais. 

A escravidão é uma chaga quase sempre aberta cada vez que atitudes como essa busca reparar erros coloniais em detrimento de políticas públicas que contemplem todos, negros ou não, atentando para princípios básicos constitucionais como o direito a saúde, educação e a moradia, indistintamente. 

Não se pode através dos séculos viver purgando pecados escravocratas pelos que hoje trazem na pele escura marcas deste passado que historicamente, nos envergonha, já que todos trazemos em nossa formação antropológica, longe ou perto, legados da escravidão. Por exemplo, o nosso bisavô, Clemente, tinha um pé, aliás, os dois, os braços, o corpo na senzala, sem que com isso se fizesse tão explícito naqueles que os sucederam, mesmo trazendo a negritude em nossa formação.

Conceder aos negros e pardos, alunos de escolas públicas, o bônus de 15 a 20 por cento em suas notas no vestibular, como forma de compensação racial, além de humilhante e indecente, é reconhecer a baixa qualidade do ensino público que precisa desta esmola para fazer face aos concorrentes do ensino privado. Até a USP, a excelência do ensino público universitário, resolveu entrar na ciranda das bonificações, concedendo também um bônus de 5% àqueles alunos como meta de um projeto inicial que pretende até 2018 ampliar de 28% para 50% o número de aprovados em seus vestibulares provenientes da rede publica. Tudo em nosso país é assim, frutos de remendos, de tapa-buracos, jeitinhos, enfim, como se diz no popular “feito nas coxas”.

Foto: Ilustrativa

Nenhum comentário:

Postar um comentário