O Ministro Joaquim Barbosa está fazendo escola, não pelo seu saber jurídico, mas pelo não saber conviver com o seu dessemelhante, com os que não rezam pelo seu catecismo e se opõe às suas decisões e julgamentos. Mas, o paladino da moral e dos bons costumes, o candidato preferencial dos politizados dos shoppings center, das clientes louras das lojas fashion da Delfim Moreira, da Oscar Freire ou do Caminho das Árvores, dos colunistas e palpiteiros do "facebook", não está sozinho nas diatribes e grosserias, na deselegância e incivilidade de seus gestos.
Agora são os nossos médicos, os nossos
doutores, a turma do guarda-pó branco que se insurge de modo despropositado e
mal-educado contra os seus colegas cubanos, pela suprema heresia de poderem
estar onde eles, nossos médicos, relutam em viver, por não quererem trocar seus
condomínios e apartamentos à beira-mar, os restaurantes colunáveis das grandes
cidades, as academias de ginásticas, a aragem de sargaço e mar do litoral pelos
grotões desassistidos do nosso imenso país. E partem para agressão, a
descortesia com aqueles que provêm de um pequeno país, com problemas
conhecidos, por dificuldades financeiras e odiosos bloqueios econômicos, mas
portadores de uma medicina que se não é, já foi referência para países como
nosso, não só pela excelência de seu ensino, como pelas pesquisas desenvolvidas
no tratamento de certas doenças.
Salve, salve os cubanos sim, não somente por
serem parte de uma formação oficial em um ensino acadêmico e em qualquer outro
nível sob as rédeas do poder central, independente, no momento, de qualquer
pensamento crítico sobre o governo cubano, são bem-vindos os cubanos,
voluntários ou não, nesta cruzada de solidariedade humana em que o egoísmo e o
partidarismo político de nossos médicos se sobrepõe a gestos de grandeza humana.
Foto: Chegada dos médicos cubanos
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