Nestes breves dias que passei em Salvador debaixo de chuva e frio assisti em um destes noticiários de televisão, a previsão do tempo para todo país naquele final de semana. Tempo bom em todo país, exceto... a exceção não causa mais nenhuma reação, nenhum espanto, a não ser a desesperança por dias melhores e ensolarados, não prá nós, da cidade de São Salvador. Pois a previsão do tempo nos colocava fora do final de semana com sol e praia, já que para toda área litorânea do estado, a maior do país, estava reservada pancadas de chuvas, tempo nublado inclusive na capital. Aliás, pancada de chuva é um termo que a meteorologia utiliza como quase um bordão, uma analogia presente nas antigas rodas de samba para designar algo que a mulher de malandro gostaria, de apanhar, semelhante a Salvador, gostando ou não, pois o que não falta por aqui é pancada... ainda que de chuva.
A desarrumação sentida se manifesta no trânsito, no transporte urbano, nos passeios esburacados, nos engarrafamentos, nas manifestações que pipocam em cada bairro da cidade, pelos mais diferentes motivos que tanto podem ser da insegurança pública como pelas intervenções desastradas da policia, tem na chuva um componente a mais para o caos urbano.
A recente medida da Prefeitura do Rio multando o transeunte ou motorista que joga lixo nos passeios ou avenidas há de ser pensada e aplicada em Salvador. Alem de educativa, a ação punitiva impediria aqueles que chupam picolés, comem acarajé, tomam geladinho, chupam rolete de cana e tangerina nos transportes coletivos, de atiçar na via pública os restos de sua educação mal conduzida e resolvida, entupindo bueiros e “bocas de lobo” para o escoamento necessário em época de chuva, quer dizer todos os dias. Em termos de arrecadação pública seria mais vantajoso aos cofres da prefeitura, que a indústria de multas a cargo da Transalvador, além de ser futuramente um indicativo de civilidade.
Foto: Salvador - Ba
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