quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Duas ou três coisas que sei sobre Renato Piaba.

Nunca assisti a um espetáculo de Renato Piaba. Mas este final de semana último, em Salvador, passando por uma das boas barracas do ramo vi um DVD com uma compilação de vários shows de Piaba. Entre eles No Carnaverão, Na cama com Piaba, Rir prá não chorar e mais uns dois que não lembro, mas que não tem nenhuma importância, pois o que os une, o traço de união entre os seus espetáculos é a esculhambaçao, a indecência, o baixo calão, para delírio de uma plateia cativa já há longos anos. Comprei!

Os espetáculos de Piaba não veem para os teatros do centro da cidade como Teatro Castro Alves, Vila Velha, Gamboa, ICBA, ACBEU, Aliança Francesa, Teatro da Barra, mas os teatros situados em bairros nobres da cidade como Ondina, Pituba e adjacências em casas de shows como Teatro Jorge Amado, Módulo e ISBA. Piaba vai onde seu público está. Plateia, aliás, que a depreender do visto no DVD poderia ser encontrada em reuniões de condomínio, em sessões festivas do Lions Clube, ou do Rotary, nas missas dominicais, jamais rindo às bandeiras desbragadas das inconveniências sexuais de Piaba. Mas eles estão lá. Microempresários, profissionais liberais, carecas, senhores de meia ou toda idade, senhoras de fino trato, moças modernas e independentes, mostrando que no fundo, bem lá, de seu mais recôndito ser gostam mesmo, e também, de uma putaria, de uma safadezazinha e muitas sacanagens. E Piaba é generoso no cardápio, não economiza na anarquia. Ontem à noite ri como nunca, fui dormir leve, com o fígado aliviado dos “trompaços” do final de semana.

Não acredito que o humor de Piaba seja tipo exportação, como os humoristas cearenses, já que o baiano estando certa feita no Programa da Faustão teve uma participação discreta, talvez pela limitação do horário, pelo linguajar e por certas especificidades que só funcionam por aqui. A matéria prima de Piaba é o Carnaval, o buzão de Mussurunga, a dança dos pagodeiros baianos, a entonação de voz, o pai de santo, seu orixá, o baba de praia, o fogareiro do queijo de coalho, a baiana de acarajé este jeito baiano de não ser levado a sério. Segura Piaba!
 
Foto: Renato Piaba

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