A reação da classe médica contrária ao programa
do governo federal Mais Médicos expõe
a politização do movimento e seu caráter corporativista, além de um certo ranço
elitista por profissionais que deveriam velar pela saúde pública, já que grande
parte destes profissionais teve a sua própria formação médica bancada por este mesmo
poder público a quem agora lhe vira às costas.
As alegações de carências na
estrutura do atendimento médico na interiorização dos grotões do país é em
parte verdadeira, pois conhecida por aqueles que por razões diversas metem os
pés na lama destes rincões, diferentemente dos que apenas querem preservar a
alvura de seus guarda-pós, como garotos propaganda do sabão OMO. Afinal de contas para prescrever
uma Benzetacil, um complexo B, doses de Tylenol, um analgésico não é necessário uma estrutura hospitalar como
a do Sírio Libanês, mas um mínimo de
profissionalismo e solidariedade humana, jamais uma escolha em servir um governo
dos “mensaleiros” ou dos “carteleriros” do metrô paulista; o buraco, ou a aura,
é mais acima.
O boicote dos Conselhos de Medicina e das associações de classe contra este
programa não é somente uma questão partidária, travestida por exigências de
condições de trabalho, é uma resposta grosseira e desumana aos nossos
semelhantes do Norte e Nordeste,
principalmente, carente de qualquer tipo de assistência médica. Como se não
bastasse a campanha pela não inscrição de seus profissionais nas mais de 15 mil
vagas oferecidas pelo programa, os CRMs
e associações de classe, agora, reagem contra a presença de médicos
estrangeiros que se dispõem a participar da ação pela interiorização de medicina
no país, ameaçando recorrer às mais diferentes áreas jurídicas para que não se
consumem de fato estas participações de médicos cubanos, espanhóis,
portugueses, argentinos, chilenos entre outros no Mais Médicos. Ora, não querem, mas tentam impedir quem queira.
Qualé!
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