Através de Valeu,
sucesso de Paulinho Boca de Cantor
cheguei, em termos literários, até ao poeta curitibano Paulo Leminski autor dos versos daquela canção: “Valeu encharcar este planeta de
suor/Valeu esquecer das coisas que eu sei de cor/Valeu encarar esta vida que
podia ser melhor/Valeu, valeu, valeu...”. Apesar da sacada do poeta ele foi bem
mais que “Valeu”. Morreu bem jovem, foi
Professor de História e Redação, crítico literário, deixou
poemas, pensamentos, haicai, muitas canções na linha da MPB e utilizou de frases feitas e ditos populares para
reescrevê-los com ironia e humor. Exemplos abaixo:
“Tudo o que eu faço
alguém em mim que eu desprezo sempre acha o máximo.
O destino quis que a gente se achasse, na mesma estrofe e na mesma classe, no mesmo verso e na mesma frase.
Haja hoje para tanto ontem.
O destino quis que a gente se achasse, na mesma estrofe e na mesma classe, no mesmo verso e na mesma frase.
Haja hoje para tanto ontem.
Cortinas de seda o
vento entra sem pedir licença.
Quando vi você tive uma ideia brilhante. Foi como se eu olhasse de dentro de um diamante e meu olho ganhasse mil faces num instante.
Quando vi você tive uma ideia brilhante. Foi como se eu olhasse de dentro de um diamante e meu olho ganhasse mil faces num instante.
Num ouvido escrito: ENTRADA; noutro escrito: SAÍDA.
Que tudo se foda disse ela e se fodeu toda.
Aguento, mas não garanto.
Para cada bicho de sete cabeças, tem sete sem nenhuma”
Foto: Paulo Leminski
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