Onde o rock errou?

Levantamento efetuado pela empresa de monitoramento Crowley detectou que entre as 100 músicas mais executadas em 2014 pelas emissoras de rádio de todo país, havia apenas uma representante do pop rock nacional, representada pela banda Skank e o seu sucesso Ela me deixou. Ainda que numa posição pouco confortável, a 81  colocação, mas melhor que nada diante da aridez criativa do que nossos ouvidos são obrigados a escutar durante todo o ano.

Fica evidente que o domínio das paradas cabe ao pagode, ao sertanejo de boutique e ao sertanejo universitário, que a depender da qualidade do ensino universitário, faz todo sentido, e umas poucas pitadas de axé, arrocha, rap entre outras nulidades, sem falar na ausência total de representantes da MPB ou mesmo do forró. É o baixo nível que aparentemente chegou à música brasileira, só aparente, porque o novo e a música de boa qualidade continuam sendo feita no país, só que não chega às emissoras de rádio, ou até chega, só que não são executadas.

A retração das gravadoras e dos seus investimentos em seus contratados praticamente deixou de existir com a chegada das novas mídias e das gravadoras independentes à margem das multinacionais, cuja míngua de recursos é compensada com a internet, a mídia alternativa, pequenos shows e projetos coletivos. A explosão dos sertanejos que continuam contratados pelas gravadoras multinacionais e a fabricação de seus sucessos faz crer na volta do jabá no rádio, que nunca deixou de existir, agora sob forma de passagens áreas para shows em outros estados, a boca livre de um camarote, uma entrevista exclusiva, estes mimos que esta gente radiofônica e esfomeada não dispensa.

Foto: Ilustrativa