terça-feira, 3 de março de 2015

O que Luzia ganhou na horta


Creio que a Radiola de Ficha seja mãe do Karaokê, que por sua vez é pai do DVD, mas bem menos, encorpada que aquele trambolho, cujo funcionamento dependia de uma ficha númerica previamente selecionada pelo cliente e, a depender da sua escolha a música de sua preferência ecoava por todo o bar. Luzes coloridas saídas de seu design piscavam tanto como uma árvore de Natal

Formava-se fila em volta da geringonça sonora, com todos querendo que todos ouvissem aos berros, no esporro, a música de sua escolha. A depender do escletismo do ambiente podia-se sair de Bee Gees, James Taylor e emendar com Adilson Ramos, Fernando Mendes ou Fagner; tudo democraticamente. 

Conheci algumas destas máquinas entre a Carlos Gomes e o Largo Dois de Julho e, principalmente na Ribeira que nos anos 70 concentrava um grande número de bares, frequentados pelos antenados da época. Vi recentemente uma foto de uma Radiola de Ficha e como inventário do que “Luzia ganhou na horta” lembrei do espalhafatoso emissor de som.

Foto: Ilustrativa

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