Para um artista bem sucedido, vitorioso, com sucesso contínuo ao longo de sua carreira, aclamado pelo público e crítica poderia aos 73 anos pendurar o microfone e deixar que a posteridade se deleitasse com Sangue Latino, Rosa de Hiroxima, Homem com H, Assim assado, Vereda Tropical, Ensaboa, Deixa a menina e mais. muito mais. Mas, para Ney Matogrosso “não existe pecado do lado debaixo do Equador” e continua atento a seu tempo e aos seus sinais se cercando de jovens compositores, bons músicos e excelentes arranjadores para engendrar uma nova preciosidade para a sua discografia já bastante carregada delas.
Compositores que poderiam ser seus filhos ou
netos como Vitor Pirralho, Dani Black,
Rafael Rocha dividem espaço com compositores consolidados como Arnaldo Antunes, Lenine, Vitor Ramil,
Itamar Assunção (já falecido), Pedro
Luís com quem gravou o excelente CD Vagabundo,
juntamente com a Parede, o grupo do Pedro. Pois é esta turma que dá munição
para mais uma bem sucedida investida de Ney
nos estúdios, sempre com o bom gosto e a ousadia que são suas características.
Ressalto a bem sacada busca de Roendo as
unhas, de Paulinho da Viola em
seu antológico disco, Sentimentos,
que Ney revitalizou uma canção que
já era moderna desde o moderno disco de Paulinho
onde consta Nervos de Aço, Sonho de Carnaval,
talvez em gravações definitivas.
Mas, voltando ao Ney e ao seu novo disco, Atento
aos sinais que é a gravação em estúdio de um show que rodou o país este
ano, como o mesmo nome, só que agora livre das interferências e dos possíveis deslizes
do palco. Bom voltar a ouvir Rua da passagem,
gravada por Lenine, Isso não vai ficar assim, também já
gravada por Itamar Assunção, seu autor,
mas que Ney imprime o viço e a
energia que são latentes nestas e em composições como Oração, de Dani Black ou
Ilusão da casa, de Vitor Ramil. Mais um acerto deste
grande artista
Foto: Ney Matogrosso
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