domingo, 1 de dezembro de 2013

O racismo nosso de todo dia.


O Bando de Teatro Olodum em um dos seus trabalhos mais populares, O Cabaré da Rrrrrrrrrrrrrrrraça, discute a questão do racismo de modo bem humorado e às vezes extremamente contundente, sempre no intuito de provocar a reflexão, a revisão de conceitos. Vale lembrar que o Bando é um grupo de teatro constituído por negros, o que confere aos atores plena autoridade para levar à cena, tema ainda hoje tão dissimulado e cinicamente aceito como superado. 

Em determinado momento o racismo aparece como um traço cultural de nossa formação, que a proporção que vamos conhecendo a vida e a nós mesmos, começamos a nos livrar do fantasma odioso da discriminação. Ou não. Introjetamos de tal maneira esta questão racial que só nos damos conta da discriminação quando ela se nos apresenta de modo claro, sem subterfúgio, para só então expressarmos a nossa revolta e indignação com o fato.

Recentemente a FIFA, já se acautelando para a próxima Copa do Mundo, estabeleceu normas para coibir o racismo nos estádios, concedendo ao juiz poderes para encerrar uma partida caso as atitudes racistas dirigidas a jogadores negros não cessarem, após paralisações no decorrer do jogo a título de advertência. É bom que comece por aqui, já que de vez em quando somos surpreendidos com estas atitudes em campo, tendo como alvo nossos atletas e provocado pelos próprios companheiros de profissão. 

Na Europa, o comportamento deseducado e desumano vem das torcidas, hostilizando jogadores negros, atirando bananas no campo ou simulando gestos característicos dos macacos. Mas, aqui nas Américas não é diferente, são conhecidas as grosserias contra Neymar em uma partida contra o Bolívar, pela Libertadores, em La Paz, em que bananas foram atiradas em sua direção cada vez que tocava na bola. Ou, ficando por aqui mesmo, com o jogador Tinga, do Internacional, em um jogo contra a equipe do Juventude pelo campeonato gaúcho, cada vez que ele pegava na bola a torcida do Juventude pulava e andava como macacos.Tem que parar!

Foto: Ilustrativa

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