Pela frequência com que se apresentava na Rádio Sociedade da Bahia e na TV Itapoan, onde tinha um programa
semanal, por pouco não integrou o espólio dos Diários Associados na Bahia,
quando o império desmoronou. A cantora Maria
Creuza foi salva deste arrolamento, graças a Vinicius de Moraes que à época morava em Salvador por conta de um dos seus casamentos, desta vez com Gessy Gesse. Participante de festivais
locais e nacionais, Maria Creuza era
uma estrela na província soteropolitana.
Boa voz, morena e bonita, Maria Creuza, não recusou o
convite de Vinicius para uma
excursão pela Argentina, Uruguai e daí para o mundo, juntamente
com Toquinho. Não sem antes mudar-se
de mala e cuia para o Rio, também
por conta de seu casamento com Antonio
Carlos da dupla Antonio Carlos e
Jocafi que era figurinha fácil nas trilhas sonoras de novelas globais e eles
freqentadores habituais das paradas de sucesso. Com ela, até por conta do
repertório, o sucesso não veio em forma de explosão, mas passou a ser um nome
nacional neste segmento da música romântica de boa procedência.
Encontramos com Maria Creuza tanto tempo depois, a semana passada, no palco da Caixa Cultural com o show Feita para o poeta em que ela
homenageia Vinicius com suas canções
e histórias do poeta vivenciadas por ela neste tempo em que o acompanhou excursões
afora. A voz já não era a mesma, assim como a beleza e a sensualidade
desbotaram, mas estavamos diante de depoimentos emocionados e sinceros de quem
viveu momentos únicos na música brasileira, testemunhados por Maria Creuza cujo carinho podemos
externar naqueles setenta minutos de boa música.
Foto: Maria Creuza
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